O deputado estadual Adriano Galdino (PSB) está trabalhando em silêncio, mas os frutos do seu trabalho não conseguem ficar submersos. Tanto que, nas últimas horas, a articulação que tem feito para pavimentar o seu caminho rumo à presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba tem servido de matéria prima para a imprensa política paraibana.
De ontem para hoje, Adriano chegou a obter de 15 parlamentares da base de Ricardo Coutinho (PSB) o apoio formal a uma cada vez mais provável postulação. E, no desenrolar desta quinta-feira (13), já existem informações dando conta de que Adriano teria chegado ao apoio de 20 parlamentares, dos 36 com assento na Casa de Epitácio Pessoa – mais do que suficiente para garantir a sua condução ao cargo máximo da Mesa Diretora.
Se conseguir confirmar o que se mostra evidente, Adriano Galdino terá confirmado o que se vê no cenário político pós-segundo turno: os deputados eleitos na aliança puxada pelo PSB de Ricardo Coutinho estão coesos e definiram que a condução do processo fica mesmo com o governador; e, também, que o ‘Mago’, por sua vez, está sabendo fazer o que não fez no governo passado: articular e evitar criar cobra para lhe picar no parlamento estadual.
O que mais chama a atenção é que as informações iniciais dão conta de que a eleição de Adriano Galdino – homem de inteira confiança do governador – passa pela presença de deputados de oposição na mesa diretora. Esse ecletismo mostra-se necessário porque, para se eleger presidente, Adriano Galdino precisa de votos dos que fazem oposição a RC. Simples assim!
No rastro da eleição para a presidência da Assembleia existe um outro fator que se mostra evidente: as coisas caminham para, inevitavelmente, garantir a conquista da maioria no parlamento estadual ao governador Ricardo Coutinho. O próprio Hervásio Bezerra, governista, disse esta semana que a intenção é essa. “Uma coisa puxa a outra”, afirmou ele.
Desta forma, se tudo ocorrer como o que está se apresentando, Ricardo Coutinho entra 2015 como muitos não imaginariam: tendo vencido uma eleição contra aquele que, até o final de outubro, era, talvez, a maior liderança política da Paraíba; e com um início de governo amparado por uma maioria na Assembleia que muito poderá lhe ajudar, além dos apoios em Brasília de dois senadores (Vital e Zé Maranhão) e da presidente Dilma.
Só tem um problema nesse meio termo: é que o outro Ricardo, o Marcelo, está muito mais calado que Adriano Galdino. Articulador e com ‘poder de fogo’ como já demonstrou ter, pode-se considerar que o seu silêncio é perigosíssimo.