‘Todas as nossas fichas estão na mão do Supremo’, declarou Aécio.
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, comparou nesta quinta-feira (10) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) combo ao AI-5. Em encontro com deputados estaduais paulistas em um restaurante nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, o senador disse que a manobra dos governistas tem como objetivo prejudicar investigação da Petrobras.
O governo insiste para que a comissão investigue também denúncias que em tese atingiriam a oposição. A disputa está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). “Queremos investigar a Petrobras e aceitamos que se investigue qualquer outra denúncia. Usar dessa CPI combo para impedir a investigação de Petrobras é um ato de desrespeito à sociedade brasileira e de um autoritarismo que me lembra o AI-5", afirmou Aécio. "Todas as nossas fichas estão na mão do Supremo", declarou.
A CPI ampla contempla denúncias de cartel no Metrô paulista e de irregularidades nas obras do Porto de Suape e da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela agrada ao governo porque as denúncias em São Paulo se referem à administração do PSDB no estado e as de Pernambuco estão ligadas à gestão do ex-governador (e provável candidato à Presidência pelo PSB) Eduardo Campos.
Aécio também comentou o indiciamento do ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSDB, ele é suspeito de receber R$ 300 mil das agências de publicidade de Marcos Valério, condenado pelo mensalão.
"O Pimenta da Veiga era um advogado que trabalhava para inúmeras empresas, entre elas, a empresa de comunicação SMP&B, sobre a qual não recaía nenhuma suspeita", disse Aécio. Ouvido pelo G1, Pimenta da Veiga confirmou, nesta quinta-feira (10), ter recebido o valor da agência de publicidade SMP&B, mas que este se refere a pagamento de serviços prestados pelo do escrtiório de advocacia dele, em 2003. "Advogou para essa empresa, recebeu a remuneração e declarou no Imposto de Renda. O que é estranho é que, depois de dez anos, quando ele vira pré-candidato, esse assunto surge", acrescentou o senador.
G1
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