Já comentei aqui neste espaço vários problemas enfrentados pelo Governo Ricardo Coutinho. Já falei da sua desatenção com Campina Grande e com os campinenses – mesmo tendo sido extremamente bem votado na cidade; já comentei sobre a falta de diálogo com categorias importantes, citando professores, policiais civis e militares, Fisco, médicos, dentre outros…
Também já foi alvo de comentário aqui e em outros portais, colunas e blogs o fechamento de escolas públicas, a falta de apoio ao maior evento turístico da Paraíba, que é o São João de Campina Grande, o uso de obras de gestores passados, como Cássio e Maranhão, que foram inauguradas ou reinauguradas com o carimbo da gestão RC, o abandono de outras obras que estão prontas, mas que não são inauguradas, como o Novo Museu de Arte Assis Chateaubriand em Campina Grande e o Rodo Shopping, na BR 230, para citar duas delas…
Também já falei dos inúmeros escândalos – a grande maioria com repercussão nacional na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, portais como o G1, Terra, dentre outros… Mas nunca havia comentado sobre algo que é básico para qualquer gestor, que é o pagamento de suas obrigações financeiras. Eu não sabia, mas fiquei sabendo: o Governo Ricardo Coutinho está deixando de pagar suas dívidas.
Pelo menos foi o que presenciei esta semana. Confesso que, de início, custei a acreditar. Até porque, se há uma coisa sobrando neste governo é dinheiro. E para isso, o Sagres está lá, com seus números inquestionáveis. Mas vindo de quem veio a cobrança, não pude levantar qualquer dúvida em relação à veracidade do fato.
Pois bem. Esta semana partiu de Campina Grande – tinha que ser de Campina Grande, de novo – uma cobrança pública para que Ricardo pague uma dívida. Durante solenidade de posse do juiz Ricardo Vital de Almeida na Academia de Letras de Campina Grande, nos suntuosos salões do Centro de Convenções do Gardem Hotel, coube à respeitadíssima professora Elizabeth Marinheiro fazer uma cobrança pública, diante das mais representativas autoridades e personalidades da sociedade campinense.
“Ah, por falar em governador, esse nosso governador, hein… hum!” – disse a Professora Elizabeth, num tom irônico. “Governador: pague a dívida da Patologia J. Marinheiro. Se o senhor não pagar, eu mesmo vou à Praça dos Três Poderes, em João Pessoa, fazer um protesto. Nem que eu me deite sobre a grama e passe dias e dias, até o senhor pagar, mas o senhor vai pagar sim”, foram as palavras da escritora.
Depois, procurei saber detalhes sobre esta dívida e a informação é a de que o Governo do Estado deve meses do aluguel do prédio onde funcionou a Patologia J. Marinheiro durante anos e que, até recentemente, funcionava o Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais – CEDMEX, órgão que, inclusive, tem sido alvo de críticas pela constante falta de Medicamentos.
Fiquei sabendo também que a cobrança pública ocorreria durante solenidade de lançamento do livro de Dom Aldo Pagotto recentemente em Campina Grande, no auditóirio da Federação das Indústrias do Estado – FIEP e que só não ocorreu porque, inesperadamente, o Governo do Estado não enviou qualquer representante para a solenidade. Talvez por isso, no momento da formação da mesa, o Governador ou um representante seu tenha sido chamado para a mesa de honra, provocando uma espera sem ninguém aparecer, diante de uma platéia que se perguntava por que ninguém vinha representando o Estado numa solenidade de tamanha importância social e religiosa.
Será que o calote se dá única e exclusivamente porque se trata de um imóvel localizado em Campina Grande, reforçando a tese de que o Governador pouco quer saber da cidade? Ou será que vai começar uma nova fase do Governo, a de uma gestão que não paga a fornecedores e afins? Sei não, mas o destino desse governo…
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