Terá o PSB descartado o deputado federal Gervásio Maia das alternativas possíveis de apresentar como candidato à sucessão do prefeito de Luciano Cartaxo?
Pelo menos é o que parece quando se verifica que, de repente, Gervásio Maia sumiu do noticiário e das discussões políticas. É notório que houve um certo esquecimento do seu nome, por parte do PSB, partido comandando pelo ex-governador Ricardo Coutinho, como possível pré-candidato à Prefeitura de João Pessoa. Ao mesmo tempo, observa-se que o PSB, quanto à sucessão municipal, tem procurado dar mais ênfase aos nomes de Ricardo Coutinho, o que é muito natural, até porque ele é quem manda, e o de Amanda Rodrigues, esposa do ex-governador.
Elegível
Pelo menos até a data de hoje, o ex-governador Ricardo Coutinho permanece em perfeitas condições legais para disputar qualquer cargo eletivo e, por tanto, a Prefeitura de João Pessoa também.
RC transita no fio da navalha desde a semana passada, quando o ministro do TSE, Og Fernandes, na condição de relator do processo eleitoral que ficou conhecido como Aije do Empreender, votou pela inelegibilidade do ex-governador. Na sequência, o ministro Luiz Felipe Salomão pediu vistas do processo. A partir de então, não se sabe quando o TSE retomará o julgamento, muito menos, o resultado final desse processo.
Resumo da ópera: Ricardo Coutinho permanece elegível, embora não se saiba até quando ou definitivamente.
Outro nome
Pelo desdobramento dos fatos inerentes ao PSB, quanto a sucessão municipal em João Pessoa, é notório que na hipótese de Ricardo Coutinho se tornar inelegível, ele fará com que o partido indique o nome da sua própria esposa Amanda Rodrigues, e não do deputado federal Gervásio Maia.
Detalhe: Isto, naturalmente, é apenas uma dedução considerando as últimas movimentações do PSB no xadrez político em que Gervásio Maia passou a ser uma peça imobilizada, enquanto Amanda Rodrigues avança algumas casas como estratégia de eventual substituição ao nome do próprio marido para disputar a Prefeitura de João Pessoa, caso a inelegibilidade venha a se confirmar.
Outros lances
Neste jogo também não se pode se descartar a possibilidade de uma junção do PSB de Ricardo Coutinho com o Partido Verde de Luciano Cartaxo, até porque são justamente os dois que enfrentam um processo de isolamento em termos de apoios de outros partidos e lideranças.
Mas no caso de o PSB ter que indicar um candidato próprio, que não seja Ricardo Coutinho, o bom senso sugere que o melhor nome não seja o de Amanda. A começar do fato de ser uma opção doméstica que sinalizaria com o começo de uma nova oligarquia política, contrariando um discurso antigo dos ex-governador Ricardo Coutinho.
Além do mais, convenhamos, não é nada simpática a ideia de não sendo eu é minha mulher.
Neste caso, não está se discutindo a competência, a honestidade, a dignidade e o direito de Amanda ser candidata, mas a inconveniência e a contradição do discurso de quem sempre foi contra as oligarquias, tentar emplacar o nome da própria mulher, caso ele não possa disputar.
Assim sendo, seria muito mais coerente, oportuno e eleitoralmente viável que o nome fosse algum outro, principalmente Gervásio cujo nome já era ventilado dentro e fora do PSB.
Melhor ainda, diante das dificuldades que o grupo de Ricardo e o grupo de Cartaxo enfrentam, talvez fosse uma boa opção a seguinte proposta: nem a esposa Amanda, nem a cunhada Edilma, mas Gervásio ancorado pelos dois partidos, o prestígio de Ricardo e o que ainda resta do prestígio de Cartaxo.
Wellington Farias
PB Agora