O ano era 2017. A data e local: cinco de outubro de 2017. E na Granja Santana uma reunião envolvendo um governador de Estado e executivos de uma grande empresa ligada ao sistema bancário. Tratava-se de Josué Augusto Pancini, vice-presidente do Banco Bradesco, que venceu a licitação para gerir a folha de pagamento do funcionalismo público estadual, e o então chefe do Executivo paraibano, Ricardo Coutinho (PSB).
À mesa de negociações também estavam a ex-secretária da Administração, Livânia Farias; a sua colega da pasta de Finanças, Amanda Rodrigues; além do diretor regional do Banco do Bradesco, Francisco Aquilino Pontes; e o diretor adjunto, Aurélio Guido Pagani. Ali, um clima austero que inspirava responsabilidade com a coisa pública.
Nas considerações à imprensa, registrada pela Secretaria de Comunicação, disse Ricardo Coutinho: “É necessário que os serviços que deverão ser prestados ao servidor pelo Banco do Bradesco sejam melhores. Pela experiência da instituição, não tenho dúvidas de que serão”. Antes as contas eram geridas pelo Banco do Brasil.
No mesmo diapasão do ex-governador, Livânia Farias completou: “Nessa visita do vice-presidente do Bradesco, foram dados mais detalhes de como a instituição vai prestar seus serviços aqui no estado, mais especificamente aos servidores. Em breve, será apresentado um calendário, com mais detalhes de abertura de conta, entre outras informações”.
E naquele momento foi formalizada, de forma efetiva, a parceria envolvendo o governo da Paraíba e o Bradesco. Agora note, leitor! Não estou proferindo ilações levianas. Mas, após a delação do ex-secretário de Turismo, Ivan Brurity, cujo teor foi divulgado pela revista eletrônica Crusoé nesta sexta-feira, afirmando um suposto pagamento de propina provinda da instituição financeira para gerir a folha de pagamentos do Estado, é preciso olhar com microscópio eletrônico as “nuances” desse encontro.
A Operação Calvário está maior que o esperado?
A pergunta, provocativa em sua essência, tem um propósito real. Sendo verdade o que Ivan Burity vem explanando em seu processo de delação, a Operação Calvário, que já tem contornos cinematográficos, passa à condição de favorita ao “Oscar” de melhor roteiro, ator principal, coadjuvante e trilha sonora. Trilha que põe em patamar inferior a do “O Poderoso Chefão”, deixando acabrunhado o criador da obra, Francis Ford Coppola.
Até tu Cássio?
O assunto fica ainda mais grave quando é citado por Burity a figura do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Em certo trecho vindo do delator pode ser encontrar outro “componente”. A Alpargatas, dona da Havaianas. A empresa e o Bradesco teriam supostamente realizado doações ao tucano.
Coutinho forçou a barra?
“A ordem, diz o delator, era “ir pra cima” e conseguir 3 ou 4 milhões de reais. Deu certo. Burity conta que o Bradesco e a Alpargatas concordaram em dar o dinheiro, oficialmente, mas as doações foram condicionadas a benefícios no governo de Coutinho.
Na matéria está cravada uma frase emblemática de Ivan Burity: “Os benefícios do Bradesco estavam relacionados ao processamento e operacionalização dos créditos consignados tomados pelos servidores públicos estatais ao passo que Alpargatas tinha benefícios fiscais”.
Dias piores virão para o “pessoal”?
Resumo da “Ópera-bufa” nada cômica. Quando a sociedade paraibana imagina que o cenário que vem sendo mostrado pela Calvário é o pior, coisas piores são paridas numa velocidade supersônica. Não sei o dia de amanhã. Você sabe?
Eliabe Castor
PB Agora
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