O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), é um homem inteligente, sendo também político experiente. Vereador da Capital por quatro mandatos, ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa como deputado estadual, havendo no seu currículo o cargo de vice-governador do Estado. Por isso, ele sabe que cometeu um erro nas eleições passadas, quando deixou todos os seus aliados perplexos ao sair da disputa pelo governo da Paraíba praticamente às vésperas de ser iniciado o processo eleitoral.
Como resultado dessa decisão equivocada, observa seus projetos políticos futuros com certa “nebulosidade”. Ele entende que, mesmo adiando seu posicionamento em relação a quem vai apoiar no processo sucessório de 2020, tal decisão está intrinsecamente ligada à possibilidade, ou não, do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) ser o candidato a prefeito da Capital.
E Cartaxo não está tranquilo, como tentou transparecer à imprensa no dia de ontem, ao argumentar que segue o trabalho à frente do Executivo municipal preocupado, apenas, com as questões administrativas da sua gestão. Ao informar que “o problema é dele”, reportando-se à figura de Coutinho e a possibilidade do socialista entrar no páreo da disputa eleitoral à prefeitura da Capital, o alcaide de João Pessoa mostrou, de forma subliminar, ou nas entrelinhas, como queira, certa irritação com o cenário político que ele mesmo construiu.
O fato prático é que Luciano Cartaxo não possui um nome com boa densidade eleitoral para disputar a prefeitura pessoense. Então, observando por esse prisma, o problema não está contido em Ricardo Coutinho e, sim, nele mesmo. É o prefeito Verde que dá sinais de inquietação, mesmo tendo em suas algibeiras um índice de aceitação pública em João Pessoa que se aproxima à casa dos 70%.
Não é pouco! Os números são favoráveis, mas resta saber se Cartaxo encontrará o postulante ideal para a disputa do cargo que hoje ele ocupa. E aqui se faz importante adendo: mesmo que Ricardo Coutinho não seja candidato, outros nomes, como as deputadas estaduais socialistas Estela Bezerra e Cida Ramos, ou o Democrata Efraim Filho, hoje líder da bancada da Paraíba no Congresso, e seus companheiros de sigla, o deputado e ex-deputado estadual Felipe Leitão e Raoni Mendes, respectivamente, vêm pavimentando a estrada para o processo sucessório.
E no findar da trilha, o problema está nas mãos de Cartaxo, um “general sem exército”. Pelo menos até o momento.
Eliabe Castor
PB Agora