Os últimos fatos verificados nos bastidores da política nacional, em Brasília, denotam que o presidente Jair Bolsonaro começa a colher as consequências de suas estripulias, na Presidência da República. O tom geralmente agressivo do discurso presidencial nas habituais coletivas, na rampa do Palácio do Planalto, mudou radicalmente.
Pelo menos na última aparição de Bolsonaro, para os jornalistas e aquele grupo de fanáticos que aplaudem todas as suas bobagens, o tom de voz do presidente despencou do agressivo “cale a boca” para um mi mi mi pianíssimo.
O que se deduz da guinada verbal do presidente da República é que Bolsonaro está se dando conta da confusão em que está se metendo ao afrontar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
O que complicou a situação de Bolsonaro foi o vídeo de uma reunião ministerial, que mais pareceu um bate-papo de botequim, em que se articulava um golpe na Constituição e na democracia brasileira.
O vídeo é aquele mesmo que o ex-ministro e “ex-herói” nacional, Sérgio Moro, revelou a existência com registro de tudo o que aconteceu na tal reunião, em que fatos graves teriam acontecido.
Casca de banana
Ao se despedir do Ministério da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, preparou uma casca de banana inglesa para o seu ex-chefe. O discurso de Moro na entrevista de despedida, a princípio pareceu fraco e irrelevante. Moro, no entanto, deu conta do vídeo sabendo que se revelado, principalmente às autoridades, Bolsonaro estaria em maus lençóis. E o presidente caiu como um patinho na armadilha de Moro.
Segundo a imprensa nacional especula, na tal reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, cometeu a asneira de sugerir a prisão dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal. Provavelmente, disputando o troféu de ridículos do ano, a ministra da mulher, Família e Direitos humanos, Damares Alves, também propôs a prisão dos governadores e dos prefeitos.
Negando
É bom lembrar que, ao revelar a existência do vídeo sobre a reunião, o ex todo poderoso juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, havia acusado o presidente Jair Bolsonaro de, na mesa de reunião, não só propôs mudança nos comandos da Polícia Federal, para blindar seus filhos investigados, como também teria dito que, se preciso fosse, mudaria toda a cúpula da instituição e se houvesse alguma resistência, mudaria o então ministro.
A princípio, Bolsonaro tentou negar e terminou desmoralizado, porque, por força judicial, o vídeo foi exibido para autoridades. Além de confirmar o que Moro tinha dito, ainda deixou os assistentes perplexos com as propostas do ministro da Educação e da Damares.
Como se vê, Bolsonaro e equipe foram longe demais na pretensão de promover um autogolpe de modo a fazer do presidente um ditador. Com a revelação de Moro veio à tona toda a orquestração sugerida contra a Constituição brasileira e o Estado Democrático de Direito.
Enquanto isso, o presidente Messias despenca nas pesquisas sobre a sua popularidade e acumula indícios de haver cometido crimes e mais crimes contra o seu país. Bolsonaro está cada vez mais isolado. Não contará com as forças armadas para qualquer eventual ato tresloucado de implantar uma ditadura e nas manifestações que o seu “gabinete do ódio” tem promovido, não consegue juntar além de meia dúzia de patéticos gatos pingados.
Wellington Farias
PB Agora
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