O governador João Azevêdo está pra lá de certo ao radicalizar nas medidas preventivas contra o coronavírus, que gerou uma pandemia ao redor de todo o planeta.
Não há outra observação que se ajuste tão bem à ocasião, do que o velho e batido jargão que “é melhor prevenir do que remediar”. Isto significa que é melhor o maior número possível de gente dentro de casa, do que amontoados de cadáveres em corredores de hospitais, em abrigos e até na via pública, como já aconteceu em outros países que não acreditaram que esta pandemia tomaria tamanhas proporções.
Esparrela
Para o bem de todos nós, o governador João Azevêdo não caiu na esparrela dos desavisados, de que como o índice de contaminação e de registros do Covid-19 ainda é irrelevante, se comparado ao que vimos em outras regiões do mundo, pode-se flexibilizar no sentido de voltarmos, gradativamente, às nossas atividades.
E observe-se que, apesar das medidas já tomadas, a Paraíba já desponta como o estado brasileiro a registrar o maior número, proporcionalmente, de mortes causadas pelo coronavírus. Imagine se o Governo do Estado resolver afrouxar nas medidas preventivas?
Ledo engano
Casos como estes da pandemia em que estamos vivendo, geralmente nos induzem a um equívoco: como não temos a olhos nus uma situação de caos absoluto; de cadáveres amontoados e de outros problemas inerentes às pandemias, a tendência é acharmos que o problema não é tão grave assim.
Foi desse jeito, no entanto, que a Espanha, a Inglaterra, os Estados Unidos e, sobretudo, a Itália caíram na arapuca e tiveram seus territórios devastados pela pandemia e suas populações bastante reduzidas.
Na Itália, por exemplo, a Prefeitura de Milão massificou uma campanha de marketing em nome da indústria sem chaminé (turismo), sob o slogan “Milão não para”.
Foi aí que a porca torceu o rabo, o vírus se propagou de forma devastadora, o país parou por completo e, o que já não era bom para o turismo, ficou pior ainda. Há cerca de três meses, os cidadãos italianos, mais por força imperiosa dos resultados da sua teimosia, do que por vontade própria, estão em “prisão domiciliar”.
Equívoco
Outro grande equívoco – diga-se de passagem, desumano – é o argumento egoísta de que a economia não pode parar, como se a morte aos milhares fosse menos relevante do que uma crise econômica.
Aliás, em regimes de guerras e pandemias, qualquer que seja o cenário, a economia é irremediavelmente afetada, e muito.
As economias por mais combalidas que fiquem, naturalmente, se recuperam, como já aconteceu após os períodos de guerras mundiais e pandemias. Os números se recuperam.
As pessoas mortas, não ressuscitam.
Wellington Farias
PB Agora