O que Garry Kasparov, nascido na então República Socialista Soviética do Azerbaijão, e o governador João Azevêdo (PSB) têm em comum? Bem, o primeiro é considerado o maior enxadrista de todos os tempos. Já o socialista é a “Rainha” no cenário do xadrez político da Paraíba. Agora “similaridade” explicada, o fato é que as peças no tabuleiro estão sendo movimentadas com técnica apurada pelos partidos políticos, cujo objetivo é buscar o xeque mate para finalizar a partida.
E que partida é essa? A que figura a “disputa” das agremiações na busca de atrair João Azevêdo para compor seus quadros partidários. E nesse contexto de múltiplas escolhas para o governador, virá dele a jogada final. No cenário atual, mesmo havendo desgaste entre a Executiva Nacional do PSB e o chefe do Executivo paraibano, há um esforço que parte do alto clero socialista em manter Azevêdo no partido.
Especular se o governador continuará no PSB seria ato leviano. Prefiro afirmar os “Kasparovs” da sigla buscarão manter a “Rainha” nas suas hostes. Mas como disse antes, será João Azevêdo que finalizará a partida, mesmo havendo clamores e demonstrações de arrependimentos relativos aos episódios passados que culminaram na crise que fere as vísceras da agremiação.
O certo é que João Azevêdo é detentor de um respaldo político crescente entre as lideranças estaduais. E por tal fator, está tranquilo e focado na sua gestão. A prova maior pode ser observada em suas declarações cuidadosas sobre a problemática que envolve o PSB.
Exceto alguns interlocutores, Azevêdo não disse sim, ou não para a sua atual legenda. E ficará assim por algum tempo. Uma “Rainha” disputada pelos partidos que comungam seu estilo de governar. O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB), por exemplo, sinalizou uma “abertura” de portas para o governador.
Mais explícito foi o ex-governador Roberto Paulino, vice-presidente do MDB da Paraíba. Publicamente ele convidou o socialista a migrar para sua sigla. Outro que busca atrair a “Rainha” para si é o deputado estadual e presidente da Executiva estadual do Avante, Genival Matias.
Ainda nas movimentações das peças figura o PTB do deputado federal Wilson Santiago, além do PDT, da vice-governadora Lígia Feliciano. E nessa partida, é de fácil compreensão que, caso o PSB “perca” Azevêdo dos seus quadros, não resta dúvida que a sigla terá uma redução de representatividade política considerável. E não precisa ser um Garry Kasparov para entender essa “jogada”. O resto é xeque mate!
Eliabe Castor
PB Agora