As manifestações pró-Bolsonaro foram registradas em 22 estados e o Distrito Federal. Atos ocorreram em 122 cidades, havendo uma maior musculatura nas regiões Sul e Sudeste. Efetivamente ficou patente que o país está “partido”. Uma polarização acentuada entre os bolsonaristas e os que comungam ideias socialistas, estando inserido como principal rival do presidente o Partido dos Trabalhadores.
Foi notada nas manifestações realizadas neste domingo a popularidade que Bolsonaro possui entre seus “súditos”. Eu escrevi “súditos. Para se ter uma ideia, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, foram ocupados seis quarteirões. O que é muito.
No Rio, o ato se concentrou na Avenida Atlântica, na orla de Copacabana. O ato se espalhava por sete quarteirões. Já no Nordeste as reações foram mais pífias, justamente por ser a região a qual o “capitão” foi “esmagado”, perdendo em todos os estados para Fernando Haddad.
Seguindo ainda a linha da “contabilidade”, as manifestações pró-Bolsonaro rivalizaram com os atos realizados no último dia 15, contra os cortes na educação. As deste domingo, dentre tantos gestos e reivindicações, manifestantes tinham suas baterias apontadas para o Congresso e Supremo Tribunal Federal.
Alguns manifestantes vestiam as cores do Brasil e carregavam cartazes em defesa da reforma da Previdência, da MP 870, que reorganiza os ministérios, do pacote anticrime e da CPI da Lava Toga. E o saldo desses atos para o governo Bolsonaro?
Mobilização dará “fôlego” falso a Bolsonaro
Bem, aí já outra história. O presidente, caso seja contagiado de forma efetiva com o resultado do “levante” em seu favor, poderá piorar ainda mais seu já desgastado relacionamento com o Congresso e aumentar a tensão com o Judiciário.
E mesmo com a mobilização deste domingo, os problemas estruturais da administração de Bolsonaro não devem cessar, uma vez que o “autor pela obra”, aqui utilizando uma figura de linguagem, se confunde.
Hoje temos um choque entre a identidade do governo e as necessidades do presidente. Um gestor que prefere defender a ferro e fogo seus familiares, e jogar na vala, sem o menor pudor, ministros e interesses nacionais.
Em suma: as manifestações de hoje, embora possam dar ao presidente um falso fôlego, acentuará ainda mais a crise das instituições.
Ao longo dos seus cinco meses de gestão, poucas vitórias do ponto de vista político surgiram, e um turbilhão de derrotas foram contabilizadas; muito em função do conhecido “centrão”. É bom frisar que, ao ser eleito, Bolsonaro deveria governar para todos.
Buscar a unidade do país. Mas exclui chances após chances pelo temperamento destemperado, criando, inclusive, um fosso com a ala militar do seu governo. E o seu vice Mourão é um deles.
Ato pode aumentar o “fosso político” entre Executivo e legislativo
Por fim, as manifestações terão, em curto prazo, efeito adverso. O Congresso sentirá que o Executivo busca “emparedá-lo” e aí revezes virão em massa caso o diálogo não seja estabelecido entre as partes envolvidas.
E nesse embate controverso, as reformas necessárias para o crescimento do país provavelmente não virão. Não com gritinhos no meio da rua ou chiliques nas redes sociais, em especial o Twitter.
Grupos de direita boicotam o ato
Aqui vale lembrar a ausência de importantes grupos de direita que se ausentaram das manifestações, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua. Eles não participaram havendo como alegação que os atos deste domingo poderiam ter um viés autoritário, estando na pauta o fechamento do Congresso e Supremo Tribunal Federal, ferindo gravemente a Constituição e a própria democracia nacional.
Eliabe Castor
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