Uma pergunta que não quer calar, desde que o The Intercept Brasil começou a divulgar as conversas sigilosas do então juiz Sérgio Moro com o Ministério Público combinando procedimentos visando a condenação do ex-presidente Lula: Até quando o “mito” Jair Bolsonaro manterá Moro no primeiro escalão do seu Governo?
A pergunta faz sentido e muito. Afinal, não se trata apenas do Presidente querer ou não que o ex-juiz da Lava Jato permaneça no seu governo. O problema é que Sérgio Moro, de uma hora pra outra, despencou da condição de herói nacional para uma figura bastante desgastada sobre a qual recai a desconfiança de haver agido na Lava Jato como o mais reles juiz de futebol, cuja a mãe as arquibancadas não dão sossego.
A quem, por ventura, veja nestas colocações exageros fora de propósito, convém lembrar que, num cara a cara, Moro foi chamado de juiz ladrão em plena sessão de uma comissão especial da Câmara Federal. Se o ousado deputado Glauber Braga (PSOL-AL) exagerou na indelicadeza, aí é outra questão. Mas o fato é que, quando uma autoridade, seja ela quem for, chega a esse ponto de desgaste torna-se um incômodo. No caso de Moro, um grande incômodo para um governo que há seis meses não disse pra que veio, só acumula lambança e não dá nem sinais de que vai achar o prumo.
Também é bom lembrar que Sérgio Moro, até pouco tempo, festejado por um número considerável da população como herói nacional, hoje não tem mais nem condição de tomar um café na esquina pelo seu grau de rejeição que o torna passível de sonoras vaias e até insultos.
Como se vê, Sérgio Moro que era uma espécie de tábua de salvação, passou a ser um peso acorrentado aos pés de um governo que agoniza em alto mar. A pergunta sobre Sérgio Moro permanecer ou não no governo se intensificou ainda mais nesta segunda feira (8) em que o Diário Oficial da União circulou com um ato em que o ministro pede licença por quatro dias para resolver assuntos pessoais.
Será que Moro volta?
Wellingto Farias