A nova estratégia da oposição na Assembleia Legislativa, no que diz respeito ao segundo semestre, estará centrada em possíveis gestos de aproximação com o governador João Azevedo (PSB). Uma fonte confirmou à coluna que o atual chefe do Executivo, caso deseje ampliar sua bancada de sustentação, terá que anular a força política daqueles classificados como “ricarditas”, grupo ligado umbilicalmente ao ex-governador Ricardo Coutinho, residindo nesse contexto as deputadas do PSB, Estela Bezerra e Cida Ramos, além de Ricardo Barbosa, filiado à mesma sigla.
É sabido que parte dos oposicionistas ao governo realizam um trabalho moderado na Casa de Epitácio Pessoa no que diz respeito à análise das pautas governistas que chegam para votação na AL. Não há um clima de radicalismo. Também há um respeito contínuo em relação às políticas públicas adotadas pelo chefe do Executivo nesses primeiros seis meses de gestão. E a retribuição por parte de João Azevêdo é a mesma. Diplomático, ele prefere dialogar e evitar comentários ou gestos agressivos contra seus opositores. Não é de seu interesse provocar volumosos embates.
E esse momento de paz deverá durar mais um pouco, afinal novas acomodações serão realizadas e outras estão em curso quando o assunto é apoiar ou não o governo do Estado. O próprio G10 manterá seu perfil de neutralidade ou certa independência em relação ao Palácio da Redenção. Mas essa “lua de mel” ganhará novos contornos ao findar do ano, uma vez que a política entrará na “dimensão” das eleições municipais, marcadas para dois de outubro de 2020.
Sem dúvida João Azevêdo terá missões difíceis até dezembro. Ele precisa consolidar um entorno resistente a “hecatombes” políticos em sua gestão. Para tanto, deve encontrar mecanismos que possam refrear o ímpeto de alguns deputados do G10; falo dos mais propensos a “atos independentes”.Também terá que achar um ponto de equilíbrio para com os mais próximos ao ex-governador Ricardo Coutinho. A intenção é evitar gestos de “ciúmes” entre seus aliados; além de buscar fôlego para cooptar deputados da oposição para sua base.
Como se observa, o segundo semestre para João Azevêdo será mais intenso no que diz respeito às suas articulações políticas com os deputados estaduais, pois reside entre eles a força dos prefeitos e vereadores. Dispensar o apoio dos que já estão em sua base, e obstaculizar a entrada de novos componentes em sua rede de aliados seria (e é) um suicídio.
O governador entende essa lógica, e evitará “terrenos minados”. Deve buscar a boa conversa e uma articulação política hoje já intensificada pelo deputado licenciado e atual secretário da pasta, João Gonçalves. Por fim, Azevêdo terá o desafio de manter o volume de obras e ações do primeiro semestre, que superou a casa dos R$ 500 milhões em investimentos. É bom lembrar que, na sessão solene de abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, em fevereiro, o socialista anunciou recursos da ordem de R$ 1 bilhão em todas as regiões do Estado. E não pode descumprir, sob pena de um desgaste político.
Eliabe Castor
PB Agora