Acompanhar, com responsabilidade, os desdobramentos políticos referentes a assuntos que geraram ou possam gerar repercussões positivas ou negativas para os personagens envolvidos é algo que só a experiência e a idade podem oferecer. E aqui lembro o conselho de Nelson Rodrigues aos jovens: “Envelheçam!”
E seguindo as palavras de Rodrigues, hoje observo sua razão que corta a carne como uma navalha afiada. Os arroubos da juventude vêm sendo aplacados aos poucos no meu ser. Por isso aguardei o momento oportuno para oferecer meu ponto de vista relativo ao deputado estadual Raniery Paulino (MDB), que entregou a liderança da bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) na quinta-feira (23).
Críticas negativas foram postas sobre a sua decisão, por ter sido ele uma das vozes mais coerentes no campo oposicionista ao ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). Assertivo, esteve à frente dos grandes embates nas ações administrativas julgadas por ele como incorretas durante a gestão do socialista.
Hoje o parlamentar, que fez uma releitura política do seu papel na Casa de Epitácio Pessoa, migrou para a base de sustentação do governador João Azevêdo (Cidadania), outro político que utiliza muito mais o cérebro e o bom senso, pondo o fígado na geladeira por não ser ele órgão pensante, algo que Ricardo Coutinho nunca tentou, pois sempre governou a Paraíba com mão de ferro, não ouvindo opiniões da oposição e mesmo daqueles que lhe davam sustentação política.
Raniery Paulino, emedebista puro, liderança política inconteste em Guarabira, João Azevêdo, governador que vem administrando o Estado de forma satisfatória, mesmo enfrentando a pandemia do novo coronavírus, selaram uma união histórica.
Faz-se claro que outros agentes políticos de grande envergadura ajudaram a formalizar tal composição, como os senadores José Maranhão (MDB) e Veneziano Vital do Rêgo (PSB). E no meio de toda essa transformação peculiar e salutar, pois vejo que o ser humano tem que evoluir, e essa evolução vem da sua própria consciência na busca de acertar e, assim, não terminar a vida repetindo conceitos e certezas da juventude e da inexperiência; existe outro elemento chave para a decisão do parlamentar. Seu pai, o ex-governador Roberto Paulino (MDB).
Pude eu e minha família conhecê-lo quando residimos em Guarabira. Roberto era prefeito daquele município. Raniery, na época, ainda menino, daí a certeza que infração alguma cometeu o parlamentar, pois a ética e a preocupação com o povo guarabirense sempre foi uma constante dos Paulino.
E seguindo uma lógica óbvia, a junção das duas maiores forças partidárias da Paraíba, de grandes lideranças políticas, trarão para Guarabira grandes benefícios. Talvez uma postulação a prefeito da Rainha do Brejo, seja de Raniery Paulino ou do seu pai, sendo o vice indicado pelo Cidadania, é uma costura partidária democrática e legítima.
No meu entendimento, não há “pecado” algum à mudança. Como já disse antes, o ser humano busca, ao longo da sua vida, o acerto. Ficar parado, baseando-se em ranços pessoais, especialmente na política, torna a sociedade estática, inodora, insípida e incolor. É preciso mudar, caso contrário todos nós ainda estaríamos vivendo em árvores ou em sombrias cavernas.
Por fim, que outras composições políticas, a exemplo de Guarabira, venham a ser consolidadas para o crescimento da Paraíba.
Eliabe Castor
PB Agora