Na política, as palavras têm o poder de moldar o destino de uma carreira, e uma única frase pode definir a imagem de um líder. Infelizmente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, protagonizou um desses momentos infelizes ao fazer declarações preconceituosas e xenofóbicas em relação às regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Ao comparar essas regiões a “vaquinhas que produzem pouco”, Zema revelou uma visão estereotipada e desrespeitosa sobre os estados do Norte e do Nordeste. Essa fala é lamentável e indigna de um líder político, ainda mais de alguém que alguns consideravam como possível sucessor de Bolsonaro, inelegível, na disputa pela presidência. Jogou fora a chance de um dia ser presidente do Brasil.
É preciso recordar que a disparidade econômica entre as regiões brasileiras é resultado de séculos de políticas e práticas governamentais que historicamente privilegiaram as regiões Sul e Sudeste em detrimento das demais. O desequilíbrio na distribuição de recursos e investimentos não é culpa das regiões menos favorecidas, mas sim reflexo de uma desigualdade enraizada em nossa história política e social.
As declarações de Zema mostram uma total falta de empatia e compreensão das reais causas da disparidade regional. Ao invés de buscar soluções que promovam a união e a cooperação entre as regiões, o governador optou por incitar a divisão e o antagonismo, sugerindo uma aliança entre os estados do Sul e do Sudeste para bloquear propostas que poderiam beneficiar outras partes do país.
É importante ressaltar que a busca por protagonismo político não pode se basear na exclusão e no preconceito. O verdadeiro protagonismo se constrói através do diálogo, da colaboração e do respeito mútuo entre todas as regiões, sem exceção.
A liderança política requer sensibilidade para lidar com as diferenças e a capacidade de unir as pessoas em torno de objetivos comuns. Ao demonstrar uma postura preconceituosa, Zema perdeu uma oportunidade importante de mostrar-se como um líder capaz de promover a unidade e a igualdade em nosso país.
O Brasil precisa de líderes que entendam a importância da coesão nacional e da superação das desigualdades regionais. As soluções para os problemas do país não virão através do isolamento e do desprezo a outras regiões, mas sim da construção de políticas públicas inclusivas, que considerem as peculiaridades e necessidades de cada estado.
Portanto, é fundamental repudiar e rejeitar qualquer discurso que fomente o preconceito e a divisão entre os brasileiros. A visão estreita de Zema sobre as regiões Norte e Nordeste é um retrocesso em nossa busca por uma nação mais justa e solidária.
Feliphe Rojas
PB Agora