Reconhecido dentro dos meios políticos pela habilidade em negociações complicadas, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, entrou em ação para tentar acalmar o ânimo dos revoltosos. Na última terça-feira, 4, ele recebeu em seu gabinete no do Planalto, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Momentos antes, o peemedebista anunciara que seu partido precisava ser "convencido pela equipe econômica" da necessidade do reajuste do salário mínimo para R$ 540.
Embora a missão de zelar pelo bom relacionamento do Planalto com os parlamentares seja incumbência do ministro Luiz Sérgio, foi Palocci quem tranquilizou Henrique Alves. O peemedebista deixou a Casa Civil afirmando estar seguro de que seu partido não perderá postos estratégicos no Ministério da Integração Nacional, pasta que perdeu para o PSB. Palocci teria garantido a Alves que seu afilhado político, Elias Fernandes, permanecerá na diretoria geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra a Seca), vinculado à pasta da Integração.
O Dnocs gerencia milhões de reais em dotações orçamentárias, voltadas à construção de barragens e obras de irrigação. A primeira concorrência do ano já foi aberta e envolve a construção da barragem Poço de Varas, orçada em R$ 20 milhões, no município de Coronel João Pessoa, no Rio Grande do Norte, base eleitoral de Alves.
As maratonas de reuniões e conversas entre peemedebistas e petistas realizadas anteontem, que incluíram as visitas de Alves e da governador Roseana Sarney (MA) a ministros do Planalto, reduziram a temperatura da crise, mas não liquidaram os conflitos. O clima é de pacificação temporária, conforme resumiu um líder do PMDB.
Estadão