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Após 1º turno, pelo menos metade dos partidos do Congresso planeja fusões

Pelo menos metade dos partidos que integram o Congresso Nacional planeja promover fusões para superar a cláusula de barreira ou buscar ocupar espaços políticos importantes na presidência das Casas e comando de comissões. Uma outra opção é a federalização, assim como já aconteceu durante o processo eleitoral deste ano.

Nos bastidores, a junção mais falada é entre PP e União Brasil. O Progressistas, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), tem interesse em se juntar com o União na tentativa de formar a maior bancada da Casa.

Isso também permitiria a Lira maior facilidade para ser reeleito presidente da Câmara, já que o PP perdeu ao menos 10 deputados em comparação com a eleição anterior.

O União Brasil já é a junção dos antigos PSL e Democratas e conseguiu aumentar sua bancada em oito deputados após a eleição deste ano.

Partidos tradicionais, que também perderam em representatividade com o resultado das eleições parlamentares de 2022, iniciaram conversas para tentar aumentar as forças dentro do Congresso Nacional.

É o caso do PSDB, que não elegeu nenhum senador neste ano. Os tucanos, que já estão federalizados com o Cidadania, agora discutem a possibilidade de que as siglas se transformem em um só partido.

Paralelamente, há conversas também entre MDB, que perdeu o status de maior bancada do Senado depois de 25 anos, com o PSDB, Podemos e Cidadania.

No PDT de Ciro Gomes (CE), há um sentimento de que a legenda saiu menor do que entrou das eleições 2022. Segundo interlocutores, nesta semana, o presidente da sigla, Carlos Lupi, começou conversas com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, para que os dois partidos formem um bloco partidário no Congresso Nacional.

A ideia agrada também o Partido Socialista Brasileiro que, em 2023, reduzirá o tamanho de sua bancada em 40% na Câmara dos Deputados. A formação do bloco PDT/PSB seria um primeiro passo para que os parlamentares sintam se há clima para uma federalização

A luta pela sobrevivência no cenário político pode unir ainda o PTB, de Roberto Jefferson, o Patriota e o PSC. As lideranças já iniciaram as conversas sobre a junção.

Cláusula de barreira

Para algumas legendas, a incorporação com outros partidos garante acesso ao fundo partidário e tempo gratuito em rádio e televisão. Estudo realizado pela Fundação Ordem Social, instituição ligada ao Pros, aponta que neste ano apenas 13, dos 32 partidos políticos atingiram a chamada cláusula de barreira.

Pelas regras válidas neste ano, as siglas precisariam eleger 11 deputados federais, em pelo menos 9 Estados, ou superar 2% dos votos válidos na Câmara dos Deputados. Com isso, entre 2018 e 2022, houve uma redução de 38% no número de partidos com acesso aos recursos públicos.

Autor do levantamento, o coordenador de relações institucionais, Henrique Cardoso Oliveira, aponta ainda a migração de nomes entre as legendas como um caminho para quem não ultrapassou a barreira imposta neste ano.

Pela composição eleita na Câmara dos Deputados, 21 parlamentares podem fazer a mudança, sem perder o mandato. A alternativa pode reduzir ainda mais a quantidade de siglas.

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