FIM DO SUSPENSE: em meio a grande negociação, presidente Armando Abílio revela data da decisão do PTB sobre sucessão municipal
Depois de uma prolongada indefinição sobre os rumos que tomará na disputa pela prefeitura de João Pessoa, o PTB prepara-se para bater o martelo. O presidente estadual da legenda, Armando Abílio, prevê que no dia 31 deste mês sairá a fumaça branca, mas não deu qualquer pista sobre a tendência que vai prevalecer. A agremiação convive com divergências em torno do assunto. Abílio, pessoalmente, inclina-se por uma aliança com o PSB, em apoio à pré-candidata Estelizabel Bezerra. A equação permitiria o seu aproveitamento na equipe do governo Ricardo Coutinho, possivelmente ocupando a secretaria de Saúde, que ele corteja. Fontes oficiais não confirmam essa hipótese.
Por sua vez, o presidente do diretório municipal petebista, Aristávora Santos (Tavinho) insiste em que a composição deve ser feita com partidos de oposição aos governos de Ricardo Coutinho e Luciano Agra. O ex-governador José Maranhão, pré-candidato pelo PMDB, espera o apoio da legenda. Mas o senador Cícero Lucena, pré-candidato pelo PSDB, parece estar avançando nas articulações. Cícero ofereceria compensações concretas aos petebistas. Poderá se licenciar do mandato para favorecer a ascensão do suplente Carlos Dunga. Além do mais, “Tavinho” Santos pode vir a ser indicado candidato a vice na chapa encabeçada por Lucena.
As conversações estão sendo aprofundadas. Armando Abílio já se reuniu com o presidente nacional Roberto Jefferson, a quem traçou uma radiografia da conjuntura paraibana. Ficaram de se encontrar novamente para definir a tomada de posição. Petebistas estão interessados, também, em garantir espaços para candidatos às eleições proporcionais na capital, ampliando a bancada na câmara de vereadores. Desde 2010, o PTB enfrenta um visível enfraquecimento. Naquela disputa, o partido apoiou a candidatura de José Maranhão ao governo, depois de Abílio ter feito pregação entusiasmada em favor da candidatura de Ricardo Coutinho. Com a derrota de Maranhão nas urnas, a desagregação foi inevitável.
Abílio, que é primeiro suplente de deputado federal, já que não conseguiu se reeleger em 2010, assumiu recentemente a titularidade com licença requerida pela deputada peemedebista Nilda Gondim, mãe do senador Vital Filho e do prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital. A sua expectativa era a de que o PMDB promovesse um rodízio entre seus deputados para facilitar a sua continuidade no posto titular. Entretanto, o deputado Benjamin Maranhão, sobrinho de JM, que seria o próximo a abrir vaga, recusou-se a fazê-lo, o que levou Armando Abílio a reatar canais com o governador Ricardo Coutinho. O vereador Aristávora Santos ressalta que não está participando ativamente das articulações, mas vem se inteirando do que ocorre. Para ele, é urgente uma tomada de posição, até porque as bases petebistas estão indóceis em diversos municípios do Estado. Seja como for, o quadro está se afunilando e a decisão vai ser finalmente concretizada.
LANA CAPRINA