O uso de armas de bala em gel tem se tornado cada vez mais popular entre os jovens de João Pessoa, mas também tem gerado preocupações nas autoridades de segurança. Esses dispositivos, que disparam projéteis de gelatina semelhantes aos usados em jogos de airsoft e paintball, apresentam riscos. Embora muitos as vejam como “brinquedos”, as armas de gel não são autorizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o que significa que não possuem a qualidade e a segurança certificadas.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (11), representantes das polícias Civil e Militar explicaram os motivos para as preocupações. O delegado Pedro Ivo alertou que o uso dessas armas pode configurar crime, já que elas têm o potencial de causar lesões físicas. Ele também destacou que qualquer produto que coloque em risco a integridade de crianças e adolescentes não pode ser comercializado para esse público.
Em setembro, o Inmetro já havia se manifestado sobre o tema, esclarecendo que as armas de bala em gel não são classificadas como brinquedos, de acordo com a Portaria nº 302, de 2021. Essa regulamentação define brinquedos como itens destinados ao uso de crianças menores de 14 anos. O Inmetro também proíbe que essas armas ostentem o selo de conformidade, algo que é comum em brinquedos autorizados.
Armas de gel apreendidas
Ontem, terça-feira (10), uma criança foi atingida por uma bala de gel durante uma competição no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. A Polícia Militar foi acionada e apreendeu 11 armas de bala em gel com os jovens envolvidos. No entanto, não foi possível localizar a criança que teria sido ferida.
O Tenente Coronel Ferreira, do 5º Batalhão da Polícia Militar, ressaltou que o uso dessas armas nas ruas é perigoso. “Esses armamentos não são brinquedos. Não são feitos para que as pessoas atirem nas ruas. A situação é semelhante ao airsoft ou ao paintball, que exigem campos específicos para a prática. Esses disparos podem ferir pessoas, como ocorreu recentemente”, explicou. Ele também reforçou a importância de conscientizar os jovens sobre os riscos envolvidos.
Além disso, a situação se agrava quando as armas são adquiridas de forma ilegal ou por contrabando, o que ocorre com frequência, já que muitos desses produtos chegam ao Brasil sem a devida regulamentação.
O Tenente Coronel afirmou que a Polícia Militar está buscando orientação jurídica para lidar com essa nova realidade e tomar as medidas adequadas. Ele também incentivou a população a denunciar a comercialização irregular dessas armas.
Denúncias
Caso tenha informações sobre a comercialização ilegal de réplicas de armas de fogo com o Selo de Conformidade do Inmetro, as denúncias podem ser feitas diretamente à Ouvidoria do Inmetro por meio do portal FalaBR.
Redação