A bancada formada pelos partidos que hoje apoiam o presidente Lula e a eleição de Dilma Rousseff será a partir do próximo ano 13% maior do que a que foi eleita há quatro anos
Levantamento mostra que Dilma, se eleita, terá Câmara ainda mais favorável do que teve Lula
Em 2011, a base aliada de um eventual governo Dilma Rousseff (PT) será 13% maior do que aquela que emergiu das urnas há quatros anos e estava alinhada com a administração do presidente Lula. Serão 402 deputados federais, ante os 380 de hoje e os 357 eleitos em outubro de 2006. O PT será o partido com maior número de cadeiras, com 88 parlamentares, seguido pelo PMDB, com 79.
Ou seja, se hoje o presidente Lula tem uma maioria folgada na Câmara, o eventual governo Dilma Rousseff deve ter ainda mais tranqüilidade com os deputados federais. E a eventual administração de José Serra (PSDB) terá razoáveis dificuldades com a oposição dos petistas.
É o que revela levantamento do Congresso em Foco com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), coletados até pouco depois da 0h desta segunda-feira (4).
De forma inversa, as oposições devem encolher um pouco mais. Se em outubro de 2006 PSDB, DEM, PPS e PSOL somavam 156, atualmente eles são 133. E a previsão é que em 2011 eles sejam apenas 111 parlamentares. Uma redução de 29%.
EVOLUÇÃO DAS BANCADAS
PARTIDO ELEIÇÃO 2006 ELEIÇÃO DE 2010
PT 83 88
PMDB 89 79
PSDB 66 53
DEM (PFL) 65 43
BASE 357 402
OPOSIÇÃO 156 111
Partidos
O PT têm motivos para comemorar em 2011. O partido desejava fazer a maior bancada da Casa, principalmente para poder disputar a vaga de presidente da Câmara, numa negociação com o PMDB, dentro da coalizão governista. Projeções de institutos e cientistas políticos já apontavam essa tendência, como mostrou o Congresso em Foco.
O desejo vai virar realidade. O partido de Lula e Dilma passará de 79 para 88 cadeiras na Casa. A quantidade é expressiva, mas ainda menor do que a obtida em 2002, quando o PT teve 91 deputados eleitos. Apesar disso, as outras três legendas atrás dos petistas terão suas bancadas reduzidas no ano que vem.
O PMDB, que hoje é o maior partido, cairá de 90 deputados para 79. Ainda antes das eleições, a sigla também brigava internamente com os petistas para presidir a Câmara. Com a redução da bancada, o PMDB de Henrique Eduardo Alves (RN) perde força nessa pretensão.
O PSDB se mantém como a terceira força na Casa e o principal partido de oposição. Mas caiu de 59 para 53 parlamentares. Ainda assim, numa eventual vitória de Serra no segundo turno, os tucanos já garantiram um espaço importante nas relações com o Palácio do Planalto e com o DEM. O ex-PFL terá 43 deputados em vez dos atuais 56.
Mudanças
Os dados apresentados pelo Congresso em Foco estão sujeitos a modificações. Isso porque, com um sem número de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não contabilizou os votos dos políticos vetados pela Justiça. O resultado pode ser revertido com liminares e futuras decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, a apuração das eleições não havia terminado até o fechamento desta reportagem. O levantamento do Congresso em Foco foi fechado pouco depois da 0h desta segunda-feira (4). E coletou dados dos 27 estados, nos quais pelo menos 98,30% dos votos estavam apurados, caso do Acre. Ou seja, ao término da contagem dos votos, é possível que a quantidade de deputados por partido seja alterada.
Congresso em Foco