É de entristecer o rumo que o debate pela sucessão estadual ao cargo de governador tem tomado com a viagem do governador João Azevêdo (PSB) à Europa em uma licença de 10 dias. Setores da oposição apequenam a discussão ao atacar o gestor por, após mais de três anos de trabalho ininterrupto, tirar um 1/3 do que assegura a legislação trabalhista a todos os trabalhadores brasileiros: o direito a férias.
E não foram três anos e três meses de um período normal da vida no Brasil. O governador pegou uma pandemia que exigiu medidas difíceis e impopulares, crise econômica nacional que exigiu medida ousada como o programa Tá Na Mesa, que distribui cerca de 30 mil refeições por dia para paraibanos em situação de insegurança alimentar.
Portanto, neste período em que as coisas estão melhorando, com Paraíba sendo o estado brasileiro com mais dias sem mortes por covid-19, totalizando 12 com o boletim desse domingo (17), nada mais justo que ele vá tirar o seu período de descanso merecido.
Pacificado este ponto, outro argumento que não se sustenta e tem sido utilizado pelos opositores é o de que João estaria usando dinheiro público para frequentar restaurantes de luxo no Velho Continente. Ora, como sabemos, João é professor aposentado do IFPB e, antes de ser governador, foi secretário de estado e do município de João Pessoa por diversos anos. É óbvio que, mesmo que ele não exercesse cargo nenhum atualmente, os seus vencimentos seriam mais do que suficientes e compatíveis com uma viagem de 10 dias pela Europa.
A verdade é que toda a celeuma nessa questão indica, até certo ponto, uma fragilidade de parte da oposição em levar o debate público para questões fundamentais e pertinentes, fazendo com que ela recorra a questões pueris na tentativa de voltar a opinião pública contra o governador.
Feliphe Rojas
PB Agora
