As campanhas políticas, hoje bem mais que antigamente, tem uma relação direta com as pesquisas, sobretudo e principalmente as qualitativas. É através estes instrumentos que os marqueteiros tem a sensibilidade de definir as estratégias com o principal objetivo de qualquer comandante de campanha eleitoral: fazer com que o seu candidato suba nas pesquisas e, por conseguinte, conquiste votos e ganhe a eleição.
Neste aspecto, a estratégia adotada deve ser coerente com o que dita as ruas, a chamada ‘voz do povo’. Ir contra o que o povo diz é remar contra a maré e se aproximar, cada vez mais, do suicídio político-eleitoral.
Neste aspecto, representar um governo bem avaliado pela população não deixa de ser uma ‘mão na roda’ para qualquer candidatura. Ou, em contrapartida, representar uma candidatura de oposição quando se tem um governo mal avaliado não deixa de ser, também, um ótimo cenário. O problema é quando ocorre o contrário. Desta forma, tem que entrar em campo a tal ‘sensibilidade política’.
As últimas pesquisas mostram o Governo do Prefeito Veneziano Vital do Rêgo bem avaliado em Campina Grande. Quando se pergunta sobre “aprova ou desaprova o governo de Veneziano”, de forma direta, o Prefeito campinense passa dos 70% de aprovação. Quando a análise é feita em cima de “ótimo, bom, regular, ruim e péssimo”, esta avaliação oscila entre 50% e 55% de ótimo e bom – sem computar o regular. Ou seja: o governo é bem avaliado.
Lembro da campanha de 2008 quando o então candidato a prefeito Rômulo Gouveia, à época no PSDB, disse em determinada entrevista – e também em seu próprio Guia Eleitoral, imaginem – ser contrário ao Sistema Integrado de Transporte Coletivo, implantado no primeiro mandato de Veneziano, que tentava a reeleição. À época, Rômulo até se enrolou com os termos, dizendo ser favorável a outro tipo de integração, que ele chamou de ‘Integração Temporão’, quando na verdade queria dizer ‘Integração Temporal’.
Ora, os leitores devem concordar que se posicionar contrário a uma iniciativa que tinha 96,7% de aprovação da população não era uma estratégia acertada. Se o sistema foi implantado e passou a proporcionar uma economia direta de dinheiro no bolso do usuário, quem danado iria dizer que era contra? Rômulo disse.
Representando uma candidatura de oposição a um governo bem avaliado o sujeito tem que usar e abusar da sensibilidade. Certo dia um jornalista perguntou ao Prefeito Veneziano se, devido ao fato de estar escalando sua então Secretária de Saúde, Tatiana Medeiros, para ser a candidata do PMDB à sua sucessão, temia que a oposição passasse a ‘descer a lenha’ na Saúde.
Veneziano disse ao jornalista que, se isso ocorresse, seria ótimo, porque cada crítica ensejaria a oportunidade de falar sobre um tema que a então Secretária Tatiana conhecia muito bem. Além do mais, seria uma oportunidade de elencar as ações no setor. É isso, justamente, o que tem ocorrido. Alguém aí ouviu os debates já realizados em Campina?
Mas, voltando às estratégias adotadas pela oposição, e citando a tal ‘sensibilidade política’, vejo que, atualmente, está ocorrendo o que julgo ser bem prudente: não é que as críticas ácidas à Administração Veneziano estão sendo evitadas, por parte dos candidatos de oposição… Isso mesmo.
Vi no Paraibaonline, de Arimatea Souza, que Romero Rodrigues elogiou a Administração Veneziano. “’O prefeito Veneziano implementou novas idéias, e evidentemente nós reconhecemos que ele avançou em alguns aspectos’. A afirmação é do candidato a prefeito de Campina, Romero Rodrigues (PSDB), ao fazer uma avaliação dos sete anos de gestão do atual prefeito, Veneziano Vital (PMDB). Romero destacou o terminal de integração construído na administração de Veneziano como uma obra importante para a cidade, mas frisou que alguns pontos precisam ser melhorados”, diz o trecho inicial da matéria.
“Ele acrescentou que pretende construir mais terminais de integração, além de integrar o sistema de ônibus com um metrô de superfície, que ele espera trazer para a cidade com o apoio da iniciativa privada ou do governo federal”, diz outro trecho, evidenciando que Romero não cometeu o mesmo equívoco de Rômulo. Em outras palavras, ele aprovou o Sistema Integrado e disse que iria ampliá-lo, com uma proposta idêntica à de Tatiana, de integrar Metrô e Ônibus.
Ao se referir à Saúde, Romero assim se posicionou, segundo o Paraibaonline: “O prefeitável disse que, se eleito, tomará medidas enérgicas para corrigir as falhas no sistema municipal de saúde, principalmente no que se refere à atenção básica e à medicina preventiva”. Vejam que ele fala em “corrigir falhas” e não usa termos como “caos na Saúde” ou coisas do tipo.
Da mesma forma, quem ouviu a entrevista de Daniela Ribeiro na Correio FM teve a mesma impressão. Ela deixou para trás o discurso de ‘caos administrativo’ que pregava há até bem pouco tempo e passou a reconhecer avanços da administração. O tempo todo, tentou usar bem as palavras, evitando, assim, ir de encontro ao que o povo pensa – justamente o que é externado nas pesquisas.
No caso de Daniela, o colega jornalista Heron Cid publicou em sua coluna, no último dia 1.º de Agosto, a seguinte nota, sob o título ‘Refazendo a rota’: “Trazendo a tiracolo um especialista de Brasília, o Ministro Aguinaldo Ribeiro passou o final de semana na Paraíba cuidando de detalhes da campanha da irmã, Daniela Ribeiro (PP). Pode haver alterações em setores estratégicos”, disse o bem informado Heron.
Alexandre Almeida, do PT, também segue a mesma linha. Aliás, como aliado do Governo Municipal nos dois mandatos de Veneziano, ficava meio estranho o partido querer desqualificar as mudanças que ajudou a construir. Afinal, muito do que foi feito na Administração Veneziano tem a marca do PT e do Governo Federal.
Guilherme Almeida, que fez parte da Administração Veneziano, também evita críticas mais ácidas. Porém, vem mantendo a mesma postura desde a fase da pré-campanha. Nas entrevistas, evita críticas mais ácidas e, quando fala sobre a administração, usa o tom de quem quer ser eleito para “aprimorar”, “ampliar”, “fazer mais”…
No caso do PSOL, o discurso de Sizenando Leal aparenta ser mais para pontuar a linha política do partido do que para angariar votos, de forma direta. Neste caso, ele evita os temas locais e sintetiza suas palavras mais de maneira a garantir a transmissão da linha político-ideológica da legenda.
A exceção a esta regra tem sido o candidato Artur Almeida. Sempre que instado a falar sobre a administração, ‘Bolinha’ não poupa críticas. Se orientado pelo marqueteiro de sua campanha, pode estar ingressando num barco errado. Se segue suas próprias convicções, talvez siga, por tabela, seus próprios objetivos nesta campanha.
De qualquer forma, é bom ficar de orelha em pé, pra ouvir bem as posturas futuras dos candidatos em Campina. O certo é que a mudança de postura foi identificada e se ela ocorre é porque os estudiosos da política que acompanham cada candidatura identificaram o erro estratégico e estão tentando consertar. A preço de hoje, o que se vê é essa mudança de rumo nos discursos. Dará certo? Ninguém sabe. Prá quem? pior ainda…
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