Javier Milei foi eleito presidente da Argentina na eleição disputada neste domingo (19). O libertário Javier Milei – que derrotou uma coalizão tradicional de centro-direita no primeiro turno – irá comandar a Casa Rosada, pelo período de quatro anos, a partir de 10 de dezembro. Na Paraíba, diversos bolsonaristas celebraram a vitória de Milei que no Brasil foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo dados oficiais, Milei teve 55,78%, com 14,022 milhões dos votos, conforme apuração até as 21h05, contra 44,21% do candidato governista e ministro da Economia, Sérgio Massa, que obteve 11,114 milhões de votos. Assim, Milei assume prometendo um grande choque econômico, como o fechamento do Banco Central, dolarizar a economia, cortar gastos e promover reformas potencialmente dolorosas, que agradaram eleitores irritados com a situação econômica, mas provocaram temores de austeridade em outros.
Entre os bolsonaristas paraibanos, que celebraram a vitória de Milie a associando a uma vitória de Trump nos EUA, em 2024 e de Jair Bolsonaro em 2026, está o deputado federal Cabo Gilberto. O deputado estadual Walber Virgolino e o jornalista Nilvan Ferreira.
DESAFIOS DE MILEI – Mas os desafios de Milei serão enormes. Ele terá que lidar com os cofres vazios do governo e do BC, uma dívida de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional, inflação próxima a 150% e controles de capitais.
Com muitos argentinos não totalmente convencidos por nenhum dos candidatos, alguns caracterizaram a votação como uma escolha do “mal menor”: o temor das medidas econômicas de Milei versus a raiva sobre Massa e seu partido peronista por uma crise econômica que deixou a Argentina profundamente endividada e incapaz de acessar os mercados de crédito globais. A vitória de Milei, dessa forma, sacode o cenário político e a rota econômica da Argentina e pode impactar o comércio de grãos, lítio e hidrocarbonetos. Milei criticou a China e o Brasil, dizendo que não lidará com “comunistas”, e prefere laços mais fortes com os Estados Unidos.
“A eleição marca uma ruptura profunda no sistema de representação política na Argentina”, disse Julio Burdman, diretor da consultoria Observatório Eleitoral, antes da votação.
Redação
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