O governo brasileiro e outros 13 países anunciaram nesta segunda-feira (21) que não reconhecem a eleição presidencial venezuelana e que irão convocar seus embaixadores em Caracas para consultas.
Os representantes diplomáticos da Venezuela em cada um dos países também serão convocados para receberem um protesto oficial, diz a nota assinada pelas 14 nações que formam o Grupo de Lima — Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, além do Brasil.
Segundo o comunicado, os países "não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente".
"[Os países] Reiteram sua preocupação com o aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida na Venezuela, o que se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis, na perda de instituições democráticas, do estado de direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos", diz a nota.
O Itamaraty também emitiu um comunicado separado, em que reforçou as posições do grupo de Lima e disse que o pleito venezuelanonão teve " legitimidade e credibilidade".
Assim, além de anunciar a diminuição das relações diplomáticas com Caracas, o grupo também afirmou que está preocupado com a imigração venezuelana e com a situação sanitária do país.
Por isso, concordou em convocar duas reuniões para debater os temas —a de migração será em junho no Peru, a de saúde não tem data ou local definidos.
Os países anunciaram algumas medidas para pressionar financeiramente o governo venezuelano a respeitar as decisões da Assembleia Nacional. A Casa, que tem maioria oposicionista, perdeu poderes com a criação de uma Constituinte no ano passado.
O Grupo de Lima disse que irá intensificar a fiscalização de crimes financeiros, como corrupção e lavagem de dinheiro, cometidos por empresas ou indivíduos venezuelanos e pediu que o resto da comunidade internacional faça o mesmo.
Os 14 países pediram ainda que instituições financeiras regionais e internacionais se neguem a emprestar dinheiro a Caracas, exceto nos casos em que a verba seja utilizada para ajuda humanitária.
Entre os europeus, o premiê espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que "no processo eleitoral da Venezuela não se respeitaram os mínimos padrões democráticos. A Espanha estudará junto a seus parceiros europeus as medidas oportunas".
Folha
Foto:Ariana Cubillos/Associated Press
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