Cachoeira passará por avaliação psiquiátrica, diz advogada
Bicheiro teria se desentendido com agente penitenciário por causa de TV. Ele está preso desde 29 de fevereiro; na terça, TJ-DF negou liberdade.
A advogada Dora Cavalcanti, que defende o bicheiro Carlinhos Cachoeira, afirmou nesta sexta-feira (22) que seu cliente passará por avaliação psiquiátrica após a briga com um agente penitenciário da Penitenciária da Papuda, em Brasília, na quinta (21).
"Ele não passou bem. O psiquiatra vai avaliar o que aconteceu. A briga foi por conta de um canal de televisão, uma questão irrelevante. A questão é que ele não estaria bem do ponto de vista psicológico, como uma descompensação", afirmou ao G1.
Perguntada se seu cliente estaria passando por um estresse, ela respondeu: "Ele não estava bem, foi mais do que um estresse."
Na noite desta quinta (21), Cachoeira foi levado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos sobre suposto desacato a um servidor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) na Papuda, onde ele está preso desde 29 de fevereiro. Mais cedo, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) havia negado pedido de liberdade a Cachoeira. Estavam presentes à sessão a noiva de Cachoeira, Andressa Mendonça, e outros familiares,como o pai Sebastião Ramos, o Tião Cachoeira, e um dos irmãos.
Segundo a PF, o desentendimento com o servidor ocorreu por volta das 13h de quinta, logo após o almoço na penitenciária. A PF não informou como se deu o desacato nem as circunstâncias. De acordo com a Polícia Federal, Cachoeira foi levado para a superintendência do órgão por volta das 19h30 e prestado esclarecimentos por cerca de uma hora.
O Código Penal define o desacato a servidor público no exercício da função como crime punível por detenção de seis meses a dois anos ou multa. Para virar processo, no entanto, o servidor que fez a representação na PF deve acionar a Justiça.
Cachoeira está preso desde a deflagração da operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Ele foi acusado de comandar uma quadrilha que explorava o jogo ilegal com a ajuda de agentes públicos e privados.
Em abril, a Polícia Civil deflagrou a Operação Saint-Michel, que investigou a atuação do grupo no DF e na qual foi expedido um mandado de prisão contra Cachoeira, mesmo com ele já preso pela Monte Carlo.
Habeas corpus
Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF) revogou a prisão pela Monte Carlo, mas nesta quinta o TJ-DF manteve a prisão da Saint-Michel (veja vídeo acima). O habeas corpus que beneficiaria o bicheiro também foi cassado.
O habeas corpus analisado nesta quinta foi o primeiro protocolado pela defesa do bicheiro, logo após a Saint-Michel. Há outros dois pedidos de liberdade em andamento da Justiça do DF também sobre a Saint-Michel, que já tiveram pedido de liminar negada, mas ainda precisam ser analisados no mérito.
Antes do início do julgamento, a Segunda Turma Criminal do TJ-DF decidiu retirar o segredo de justiça do habeas corpus. Assim, o público e jornalistas puderam acompanhar a sessão.
Dora Cavalcanti argumentou que a prisão da Operação Saint-Michel foi proposta apenas depois de oferecida a denúncia. Ela pediu a revogação do "constrangimento ilegal a que vem sendo submetido o paciente".
Por causa da decisão do TJ-DF de manter a prisão da Operação Saint-Michel, Cachoeira foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda nesta quinta logo após prestar esclarecimentos à PF. Antes, Cachoeira estava na ala de presos federais da Papuda. O CDP é o local onde ficam os presos comuns do DF ainda sem condenação.
G1
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