Entre os alvos da nova fase da Operação Calvário deflagrada hoje está Arthur Paredes Cunha Lima, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba e primo do ex-governador Cássio Cunha Lima.
Arthur Cunha Lima é suspeito de lavagem de dinheiro de crimes cometidos por empresários ligados a organizações sociais contratadas pelo governo paraibano nas áreas de saúde e educação.
O conselheiro está afastado do TCE da Paraíba em dezembro de 2019 pelo ministro Francisco Falcão, do STJ, durante a deflagração de outra fase da Calvário. O conselheiro Antônio Nominando Diniz Filho também foi afastado na ocasião, mas não foi alvo da operação de hoje. Cássio Cunha Lima foi cassado do governo da Paraíba pela Justiça Eleitoral em 2007, por usar um programa social em benefício de sua campanha eleitoral.
Segundo os investigadores da Operação Calvário, o esquema funcionou na Paraíba entre 2011 e 2019, período no qual o governo empenhou entre R$ 2,1 e R$ 2,4 bilhões em favor das organizações sociais envolvidas. Esses contratos causaram prejuízos de R$ 134 milhões ao erário paraibano, segundo as investigações.
A operação é tocada em conjunto pelo MPF, pelo MP da Paraíba e pela CGU. E teve origem nas delações premiadas de Daniel Gomes da Silva e Michelle Louzada, ligados a organizações sociais contratadas pelo governo da Paraíba em negócios superfaturados.
Atualização: Cássio Cunha Lima diz que, embora seja seu “parente distante” — não é primo de primeiro grau, segundo ele –, Arthur é visto como um adversário político no estado e “responde pelos seus atos”, “por ter se aliado a Ricardo Coutinho”. Cássio não se reelegeu senador em 2018 e pensa em não disputar mais cargos públicos.