O segundo turno em Campina Grande reserva um debate direto entre as duas principais correntes políticas da cidade, quiçá da Paraíba. As estratégias discursivas na propaganda eleitoral, principalmente na TV, se resumem a mudança ou continuísmo. Na oposição, Romero propõe uma mudança qualificada, apostando na inovação, no potencial tecnológico de Campina Grande e na auto-estima de seu povo.
Mesmo atacando os pontos fracos da gestão do prefeito Veneziano, Romero não radicaliza no discurso e se apresenta como uma opção responsável para administrar a Rainha da Borborema. Com bastante serviço prestado, experiência administrativa e parlamentar acumulada ao longo de 20 anos, Romero se consolida hoje como favorito.
Do outro lado, com menos experiência administrativa e nenhum mandato parlamentar no histórico, Tatiana Medeiros abraça o discurso da continuidade e se agarra na popularidade do seu padrinho Veneziano. A estratégia foi eficiente para levá-la ao segundo turno. Mas parece que agora Tatiana começa a estagnar.
De acordo com a pesquisa Consult, Romero teria hoje 53,69% das intenções de votos. O tucano venceu o primeiro turno com 44,94%. Ou seja, um crescimento de quase 10 pontos. Já Tatiana, de acordo com a pesquisa, aparece hoje com 31,08%. Ela terminou o primeiro turno com 30%. Os números mostram que Tatiana precisa de algo mais. É como se o fator Veneziano influenciasse apenas um terço do eleitorado.
O resultado do primeiro turno comprova isso, já que a maioria do eleitorado votou em candidaturas de Oposição. Somando os votos de Daniella Ribeiro, Artur Bolinha, Guilherme Almeida e Romero, veremos que 70% dos eleitores de Campina Grande votaram contra Veneziano. Votaram contra a continuidade. Será que Tatiana terá fôlego para, no mínimo, reverter 20% dos votos anti-veneziano?