O governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, afirmou nesta segunda-feira, 07, em Recife (PE), que a aliança do seu partido com a Rede Sustentabilidade não pretende anular nem desconhecer as diferenças entre eles – a exemplo do casamento gay e legalização do aborto, desaprovados pela ex-senadora Marina Silva. "O objetivo maior é reforçar o que nos identifica: o desejo de construir uma nova política no Brasil".
Diante da curiosidade dos repórteres sobre como se deu a costura da aliança, ele reagiu bem-humorado: "Querem quem eu ”vaze” oficialmente? Essas coisas um dia vão ser contadas".
O governador disse não ter falado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a aliança. Tentou falar com ele antes do anúncio, no sábado, mas não conseguiu e não o procurou no domingo, 06. Também não comentou a crítica do ex-ministro e ex-socialista Ciro Gomes, para quem Campos e Marina "são dois zeros".
Ele destacou que "no fundamental" PSB e Rede estão de acordo. "O Brasil merece ter uma opção que resgate a esperança, a leveza na política, o compromisso com o povo, a excelência da gestão, da participação popular, dos valores da ética, da sustentabilidade que é sem sombra de dúvida uma releitura do socialismo e é o que vamos fazer com muita tranquilidade".
Campos reiterou que a aliança selada entre PSB e Rede no sábado, 05, em Brasília, teve participação direta de Marina. "Essa construção só é possível porque Marina teve um gesto de grande largueza política, de grande compreensão", observou.
Para o presidenciável, Marina reagiu "de maneira extraordinária" ao que "aos olhos da política tradicional poderia ser um golpe fatal" – a impossibilidade de registro da Rede Sustentabilidade. "Ela viu ao longe, viu um movimento que a política tradicional não enxergava e construiu o mais forte ato político dos últimos anos da política brasileira que vai ter grande reflexo sobre 2014".
"Agora é hora de termos PSB e Rede, Eduardo e Marina, muita responsabilidade para cuidar desse encontro, para seguir mostrando o conteúdo que esse encontro representa, para pensar e ouvir o Brasil, para que a gente possa em 2014 fazer com que o Brasil viva um debate democrático em torno de projeto e de valores", disse.
Estadão