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Cavalcanti defende renegociação de dívidas

Senador Roberto Cavalcanti defende renegociação das dívidas da indústria no Nordeste

O senador Roberto Cavalcanti (PRB) defendeu nesta quinta-feira 27, no plenário do Senado Federal, a renegociação das dívidas contraídas pela indústria junto ao Banco do Nordeste. Ele antecipou que já solicitou à Consultoria Legislativa do Senado elaboração de proposta para solucionar o impasse na indústria da região que, segundo o parlamentar, enfrenta “uma situação sem saída”.

Cavalcanti disse que os débitos – contraídos na década de 90 – se tornaram impagáveis com as flutuações políticas, econômica e monetária, associadas às crises internacionais e às condições dos financiamentos.

“Entre janeiro de 1989 e julho de 1994, o Brasil teve cinco moedas diferentes”, observou. “Esses fatores lançaram as bases para a crise em que as indústrias da região se encontram atualmente”, declarou o senador, que exibiu alguns números responsáveis pelo crescimento das dívidas:

“De 1995 a 1998, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) acumulou uma variação positiva de 76%, e como a atualização dos saldos devedores é feita com base na variação da TJLP, a dívida das indústrias nordestinas foi corrigida, em média, 30% acima da inflação acumulada no mesmo período”, ilustrou o senador, que acrescentou:

“O resultado foi o surgimento de dívidas impagáveis, em muitos casos superiores ao próprio faturamento das empresas”.

Para o parlamentar, a renegociação dos financiamentos é imperativa para tirar a indústria nordestina do sufoco. Uma das ações reclamadas por ele é que sejam estendidos aos industriais os planos de renegociações disponibilizados ao setor agrícola.

“A indústria é tão importante para a economia brasileira quanto a agropecuária. Por que não estender para a indústria as possibilidades de regularização de dívidas que são colocadas à disposição de outros setores da economia?”, questiona, lembrando na seqüência que a industria responde por quase 30% do PIB do Brasil e concentra mais de 20% da força de trabalho.

“É preciso que o Congresso Nacional e o Governo Federal tomem medidas urgentes para solucionar o problema da dívida da indústria. Pendências do período pré-estabilidade não podem continuar travando o desenvolvimento nacional”, finalizou.

 

Assessoria

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