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Comissão integrada por paraibano para avaliar medidas de combate à corrupção é criticada por Janot

 O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) integrante da Comissão Especial na Câmara dos Deputados que é responsável por estabelecer medidas contra a corrupção no País, foi duramente criticada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que cobrou dos parlamentares a manutenção da essência da proposta. O relatório do deputado Onyx Lorenzoni deve ser invalidado é o que assegurou ontem um aliado de Eduardo Cunha e Michel Temer.

Janot fez um apelo ontem (21/11) para que os deputados respeitem os “anseios” da sociedade, a fim de evitar uma nova convulsão social, referindo-se aos protestos de 2013. O procurador-geral discursou durante a abertura do Seminário Internacional do Sistema Penal Acusatório.

“O limite da tolerância social é incerto, imprevisível e muitas vezes precipita-se com o vigor de um cataclismo, mas pode ele ser percebido pelos sinais que emite quando o ponto de inflexão está próximo. Essa hora chegou, senhores, e o homem público deve estar atento aos avisos que emanam das ruas físicas e virtuais deste País”, declarou Janot. Ele afirmou que, apesar dos boatos de que os congressistas estariam articulando para enfraquecer a proposta do MPF, está “confiante” de que os parlamentares saberão dar uma resposta digna à sociedade.

O procurador-geral também criticou a tentativa dos congressistas de tentarem incluir no pacote do MPF a anistia aos crimes de caixa dois e mudanças na lei de abuso de autoridade. “Certamente nem a anistia a crimes, nem a criação de instrumentos que poderão servir para perseguição de agentes do Ministério Público e do Judiciário serão vistos pela sociedade como resposta adequada para o drama que vive atualmente o País”, avaliou.

Ontem, entidades que representam juízes, promotores e advogados no País lançaram um manifesto atacando as tentativas de anistiar o caixa 2 praticado antes da lei que criminalize a prática no Congresso. Em nota assinada por 18 instituições, entre elas a Associação Nacional dos Procuradores da República, a articulação dos parlamentares é classificada como um “tapa na capa” da população brasileira.

Segundo o portal O Antagonista, o deputado peemedebista Carlos Marun, homem de Eduardo Cunha e Michel Temer, disse ao Estadão que o relatório de Onyx Lorenzoni “não passa”. E que, nesse caso, “será nomeado outro deputado para fazer outro parecer”.

Entre as medidas analisadas pelos deputados estão dez que foram apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e que contam com apoio de mais de dois milhões de brasileiros.

Para o deputado Pedro, a Comissão é uma das principais da Casa e uma das mais vigiadas pela população. “Esse ingrediente é muito caro e fundamental para a democracia. Nós estamos enfrentando uma quadra que exige uma virada de página na política e aqui nós temos um instrumento que pode impulsionar e combater práticas que não se tolera mais”, disse o deputado.


Redação

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