O isolamento social está afetando a saúde mental cada vez mais, tendo em vista que durante a pandemia do COVID-19 sentimentos de medo e incerteza vem à tona. Além disso, houve um aumento nos sintomas de depressão, ansiedade e no consumo de cigarro e álcool, segundo uma pesquisa Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a ConVid, 18% dos entrevistados aumentaram o consumo de bebida alcoólica durante a pandemia, principalmente, na faixa etária de 30 a 39 anos. Em relação aos fumantes, 22,5% dos entrevistados aumentaram o consumo para dez cigarros por dia e 5,1% consumindo a partir de 20 unidades..
Tais aumentos preocupam especialistas como Eliane de Oliveira, psicóloga e coordenadora do Grupo de Apoio Terapêutico Anti Tabagismo da Policlínica Municipal Jaguaribe, ela destaca que os pacientes têm aumentado o número de cigarros devido à conjuntura do distanciamento social. “Tenho observado através do atendimento on-line que o bombardeio de notícias, a perda de pessoas próximas por covid-19 e o medo de contrair a doença têm provocado um sentimento de angústia nos pacientes, atrelado ao fato que o fumante tem maior predisposição de desenvolver a versão mais grave da doença, segundo pesquisas”, comentou.
Assim também pensa o coordenador do comitê de arquivos históricos dos Alcoólicos Anônimos da Paraíba, J. Manuel. Na sua opinião, ocorreu uma redução de 50% na participação das reuniões on-line dos membros da irmandade em razão da pandemia. Por outro lado, aumentou a procura de mulheres neste período. “Temos em média 60 grupos presenciais na Região Metropolitana de João Pessoa, mas apenas 6 a 8 grupos estão atendendo on-line. Em relação às mulheres, a garantia do anonimato impulsionou a busca por ajuda já que nas reuniões on-line, existe a opção de participar da reunião sem expor a imagem”, sintetiza.
Redação