Parlamentar do DEM-PB é suspeito de contratar funcionários fantasmas.
Polícia do Senado vai ouvir na quinta-feira (20) irmãs que fizeram denúncia.
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), afirmou nesta quarta-feira (19) que poderá abrir uma investigação contra o senador Efraim Morais (DEM-PB) caso se confirme a fraude na contratação de funcionários no gabinete do senador. A Polícia do Senado já abriu um processo de apuração e vai ouvir nesta quinta-feira (20) as duas irmãs que denunciaram estar registradas como funcionárias fantasmas no gabinete do senador.
Tuma disse já ter procurado informações sobre o caso e destacou que poderá ser aberta uma investigação na Corregedoria caso a fraude seja confirmada. Ele destacou que é preciso confirmar se há ou não envolvimento do senador na suposta irregularidade. “Se tiver fraude mesmo, nós teremos que fazer uma apuração. Estamos pedindo dados para ver se cabe. Se houver fraude e se o senador não sabia do fato nós vamos ver”.
Reportagem do Jornal Nacional desta terça-feira (18) afirma que o senador Efraim Morais (DEM-PB) foi denunciado à Polícia Federal por suspeita de contratação de funcionários fantasmas. O senador não quis conversar com a reportagem do Jornal Nacional sobre o assunto.
A denúncia foi feita pelas irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva. Ambas não tinham emprego fixo, mas recebiam o que acreditavam ser uma bolsa de estudos de R$ 100 que duas amigas teriam conseguido junto à Universidade de Brasília (UnB). Para isso, elas assinaram procurações que iriam para a universidade.
“Ela pediu nossos documentos, autorização para abrir conta no banco e depois ela falou que ia passar o número da conta e o cartão para gente, para podermos receber esse auxílio. Aí o tempo foi passando, e elas traziam pra gente até em casa a quantia”, contou Kelriany.
A descoberta foi feita no mês passado, quando Kelriany conseguiu um emprego e foi ao banco abrir uma conta. Só neste dia a estudante descobriu que ela e a irmã já tinham contas correntes, e estavam empregadas no gabinete do senador Efraim Moraes (DEM-PB). O salário de cada uma das irmã era de R$ 3,8 mil. “Nunca imaginei que eu poderia ser uma funcionária fantasma. Nunca me passou pela cabeça”, disse Kelly.
Nos documentos que entregaram à Polícia Civil, as irmãs aparecem na relação de funcionários do gabinete do senador. Uma das amigas que pediu a procuração é Mônica da Conceição Bicalho, que trabalha para o senador. O parlamentar não quis conversar com a equipe do Jornal Nacional. Mônica declarou que as duas irmãs prestavam serviço ao gabinete, e que o senador não tinha conhecimento das irregularidades.
Em 2008, ele teve de demitir seus parentes do gabinete devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao nepotismo. No mesmo ano, surgiram denúncias de que ele estaria envolvido com fraudes nas licitações do Senado para contratação de empresas terceirizadas. O parlamentar acabou inocentado na investigação da Corregedoria da Casa.
G1
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