Luiz Couto abre ‘caixa preta’ e revela pela 1ª vez razões que o impedem de apoiar candidatura petista na Capital
O deputado Luiz Couto (PT-PB) explicou, em discurso na Câmara Federal, as
razões pelas quais não deverá participar da campanha majoritária do PT em
João Pessoa.
Alegando motivos, inclusive de foro íntimo, o parlamentar disse que teve a
honra e a dignidade ultrajadas, que sofreu humilhação e foi abandonado
politicamente por diversos filiados que mudaram de posição.
Couto destacou que mesmo sendo vítima de perseguição e ameaça de morte não
recebeu nenhum apoio de dirigentes do PT. “Muitas vezes, recebo
solidariedade de pessoas que não são do partido”, enfatizou.
O deputado lembrou que em 2009 o governador do estado, á época, interveio
diretamente para que partidários não votassem nele para presidente regional
do PT, afim de “levá-los a uma coligação que não oferecia nenhuma mudança
positiva ao Estado”.
Luiz Couto afirmou que para as eleições municipais os dirigentes estaduais
proclamavam que este ano era a vez do PT, “mas, na verdade, estava em jogo
apenas a montagem de uma chapa de oposição ao Governo da Paraíba no
Município de João Pessoa”.
“Discordo da condução política de fazer da campanha municipal em João
Pessoa apenas uma afronta ao Governo do PSB no Estado. Discordo da
manipulação discursiva da direção estadual do PT, que animava companheiras
e companheiros dos Municípios do interior na construção das candidaturas
majoritárias próprias, mas que na verdade era apenas para dar argumentos
para a candidatura anti-PSB em João Pessoa, deixando o PT na imensa maioria
dos Municípios sem candidatura própria para prefeito”, complementou.
*Confira discurso na íntegra*:
O SR. PRESIDENTE* *(Gonzaga Patriota) – Esta Presidência tem a honra de
convidar S.Exa., o Deputado Luiz Couto, PT da Paraíba, para que dêessa
grande contribuição ao povo brasileiro, principalmente do seu Estado no
Grande Expediente. V.Exa. disporá do tempo regimental.
O SR. LUIZ COUTO* *(PT-PB. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras.
e Srs. Deputados, começo o meu pronunciamento com dois pensamentos: Um, de
domínio público: no meu coração já não cabe mais colocar tristeza, pois já
é demais. E o outro é de uma canção da música popular brasileira: só uma
palavra me devora, aquela que meu coração não diz.
Depois de refletir muito, de meditar, profundamente, de rezar sem cessar e
de ter exercido plenamente a pedagogia do silêncio, de conversar com amigos
e amigas, companheiros e companheiras, de dialogar com diversas lideranças
do meu partido e do meu círculo de amizade, de ter levado muitas pancadas,
de ter tido minha honra e minha dignidade ultrajadas e de ter sofrido
humilhações, de ter sido abandonado politicamente por diversos filiados e
filiadas, que mudaram de posição por diversas razões que não pretendo
elencar nem julgá-las, resolvi expor minha opinião e minha decisão sobre o
processo eleitoral em João Pessoa e na Paraíba.
O PT é a mais bem sucedida experiência da luta política partidária da
história do Brasil. Por sua origem na pluralidade dos movimentos sociais,
por sua capacidade de aglutinar diversas tendências da chamada esquerda
brasileira, por suas múltiplas lutas na sociedade, no âmbito do Estado e
para além do Estado, por sua bem sucedida experiência no Parlamento
brasileiro, por sua capacidade de fazer alianças e pelos sucessivos
governos que o PT vem liderando e que estão mudando o País para melhor, por
tudo isso o PT faz muito bem ao Brasil.
Contudo, o PT, um partido construído para fazer mudanças, não está acima do
bem e do mal. O PT, depois de décadas de conquistas com o povo brasileiro,
corre o sério risco de perder a perspectiva da luta política como um meio
de promoção da mais ampla justiça. O PT corre o risco de se perder na
prática da política como um fim em si mesmo e para si mesmo. O PT corre o
grave perigo de enveredar pela tradição política perniciosa de que os fins
justificam os meios. As maiorias do PT, filiadas ou simpatizantes, têm que
cuidar com urgência de salvaguardá-lo.
O PT precisa voltar às suas origens como partido militante, articulador,
formulador de políticas públicas, mobilizador das lutas sociais e com forte
inserção nos movimentos sociais e nas suas lutas.
O nosso partido necessita retomar o seu caminho de formulador de políticas
através do diálogo aberto, permanente, transparente e profundo com os
movimentos sociais, com a intelectualidade, com as instituições e setores
que buscam construir um país com justiça social, com solidariedade, com
liberdade, com transparência, com coerência, com ética, com controle
social, com democracia plena, com participação popular plena, permanente e
profunda.
É tempo de fazermos uma profunda, consistente e transparente revisão e
avaliação da nossa trajetória, das nossas culturas e das nossas práticas.
Precisamos recuperar nossas bandeiras históricas e aprofundá-las no combate
à fome, à miséria, à insegurança e ao desemprego. É claro que já estamos
fazendo isso.
Nosso Governo, o Governo Lula e o Governo da Presidenta Dilma, está
construindo um projeto de nação e de cidadania, realizando cada vez mais
uma saúde de boa qualidade para todos, uma educação que está gerando
cidadania, ciência e tecnologia, uma segurança pública que vai construindo
uma cultura de paz e de cidadania e fazendo um combate permanente à
corrupção, à lavagem de dinheiro e aos desvios públicos e que, através de
políticas sociais, está realizando a grande meta de inclusão social,
produtiva, digital e de cidadania.
Temos que aumentar nossas ações na superação das desigualdades, aspirando e
exercitando os valores da liberdade, da igualdade, da solidariedade, da
justiça social, da cultura de paz, da paixão pela verdade, da lucidez
crítica, das atitudes e posturas éticas no discurso e nas ações do dia a
dia, no processo democrático como meio e fim e no testemunho coerente,
assumindo o que somos, falando do que acreditamos e vivendo o que
proclamamos.
Nosso partido tem no seu nascimento a forte presença de militantes
sindicais, de membros das comunidades eclesiais de base, dos movimentos
populares, das pastorais populares das igrejas, de setores que lutaram
contra a ditadura, agrupamentos que combateram as diversas violações de
direitos humanos.
Precisamos recuperar nossa luta em defesa dos direitos humanos e o combate
às diversas formas de violações desses direitos.
Nossa luta e nosso combate ao racismo, à tortura, à violência policial, às
ações dos grupos de extermínio e das milícias armadas, à violência contra
as minorias,aos problemas relacionados ao sistema prisional brasileiro, à
violência contra as mulheres, à criança e ao adolescente, à violência
contra as comunidades indígenas e os quilombolas e ao trabalho escravo não
tem tido,por parte de alguns filiados e de alguns dirigentes do meu partido
na Paraíba, qualquer tipo de apoio e solidariedade.
Muitas vezes, recebo solidariedade de pessoas que não são do partido. Este
Parlamentar, vítima de perseguição e ameaças de morte, não recebeu sequer
uma atitude de apoio e de solidariedade por parte de alguns dirigentes e
filiados do meu partido. Agradeço àqueles que agiram corretamente e que
manifestaram solidariedade à nossa ação.
Os interesses pessoais e das tendências suplantaram os interesses coletivos
e partidários. Reinam entre nós muitas mazelas que historicamente
rejeitamos, repudiamos, denunciamos e combatemos, entre elas chamo a
atenção ao utilitarismo pragmatista — ou seja, se é útil, se é pragmático,
então, é isso que vale como referência —, à queimação e à destruição
política e moral dos companheiros e companheiras, que muitas vezes
acontece, em vez de termos a solidariedade e o apoio a esses companheiros e
companheiras.
Vejo esses riscos para o PT bem adiantados na Paraíba, Sr. Presidente,
visto que aqui, nos últimos anos, o partido curvou-se e se rendeu às
práticas políticas mais conservadoras. Foi assim em 2009, quando, no
Processo de Eleições Diretas — PED, outros partidos decidiram intervir no
PT para, em 2010, levá-lo a uma coligação que não oferecia nenhuma mudança
positiva para o Estado.
Em 2009, o Governador do Estado à época telefonava para partidários para
intervirem em seus Municípios, para que não votassem no Deputado Luiz Couto
para Presidente do PT. A interferência foi grande. Sr. Presidente, isso era
para levá-los a uma coligação que não oferecia nenhuma mudança positiva ao
Estado.
Vejo o risco de total descaracterização do PT da Paraíba nas estratégias
adotadas por dirigentes estaduais do meu partido no Estado. Para as
eleições municipais de 2012, proclamavam que este ano era a vez do PT, mas,
na verdade, estava em jogo apenas a montagem de uma chapa de oposição ao
Governo da Paraíba no Município de João Pessoa.
E foi o resultado: apenas em 25 Municípios nós temos candidaturas próprias.
A palavra de ordem era agora é a vez do PT, só que abandonaram os outros
Municípios e ficaram apenas com João Pessoa, dando toda a estrutura.
Esta semana recebi informação de pessoas reclamando que o material
prometido não chegava àquele Prefeito que é do partido que tem condições
efetivas de ter uma boa performance ou mesmo de ganhar, mas não tem tido
esse apoio.
Quando proclamavam que este ano era a vez do PT, na verdade, era para
montar uma chapa de oposição do Governo da Paraíba, no Município de João
Pessoa.
Com todas as artimanhas e reviravoltas oportunistas, a atual direção
estadual do PT na Paraíba só construiu mesmo a candidatura do PT em João
Pessoa, tentando apagar tudo o que fizeram contra o até recentemente
Governo socialista da Capital. Sem constrangimento algum, alguns dirigentes
mudaram totalmente o discurso político em nome de suas conveniências, sem
que uma palavra seja dita no que concerne aos interesses da população.
Apenas são contra o novo Governo da Paraíba, do qual alguns queriam
participar e por quem queiram ser cooptados.
Sou manifestamente contra essa política de determinados setores do PT no
meu Estado de fazer oposição só por fazer, sem conteúdo programático, sem a
apresentação de propostas alternativas ao que está sendo feito pelo novo
Governo da Paraíba. A atual direção do PT na Paraíba está perdendo a
oportunidade histórica de apoiar um governo hegemonizado pelas forças da
esquerda e da mais tradicional aliança que construímos no âmbito nacional a
partir de 1989.
Apesar dos erros políticos, apesar das reviravoltas e das incoerências da
atual direção estadual, o PT é o meu partido. Respeito à deliberação das
instâncias partidárias pela candidatura própria.
Entretanto, Sr. Presidente, não participarei da campanha majoritária do PT
em João Pessoa e tenho motivos de várias ordens para tanto, inclusive de
foro íntimo.
Discordo, Sr. Presidente, da condução política de fazer da campanha
municipal em João Pessoa apenas uma afronta ao Governo do PSB no Estado.
Discordo da manipulação discursiva da direção estadual do PT, que animava
companheiras e companheiros dos Municípios do interior na construção das
candidaturas majoritárias próprias, mas que na verdade era apenas para dar
argumentos para a candidatura anti-PSB em João Pessoa, deixando o PT na
imensa maioria dos Municípios sem candidatura própria para prefeito.
Não acredito, Sr. Presidente, nas pessoas que mudam de posição política ao
mero sabor dos interesses pessoais. Na política partidária, a conduta do
indivíduo também conta muito. O PT, por mais importante que seja, enquanto
instrumento coletivo, que faz grandes mudanças no País, não dá
salvo-conduto a ninguém, porque a ética é um atributo pessoal. Ao mesmo
tempo em que respeitarei o meu partido, preservarei a minha convicção
pessoal, porque o partido, se não imuniza nenhum indivíduo, também não pode
esmagar.
Nas eleições deste ano, estou participando das campanhas do Partido dos
Trabalhadores em dezenas de Municípios paraibanos, inclusive naqueles que
foram deixados de lado pela atual direção estadual do partido. Estou
apoiando as candidaturas do PT e de seus aliados com a minha presença, com
a minha palavra e com o mandato que as paraibanas e os paraibanos me deram.
Estarei em aproximadamente 100 Municípios pedindo votos para nossas
companheiras e companheiros que querem ocupar espaços nas Prefeituras e
Câmaras Municipais.
Continuo apoiando o Governo do companheiro Ricardo Coutinho, o maior aliado
do Governo Dilma Rousseff no Estado. E é tão claro que tem tido as portas
abertas, Sr. Presidente, para receber recursos e sempre que vem a Brasília
ébem recebido por todos os Ministérios, inclusive pela própria Presidenta
Dilma.
Fui eleito Deputado Federal defendendo essa política. Continuarei exercendo
meu mandato prestando apoio a este Governo do Estado, que é o que lidera as
bandeiras tão caras, as lutas para fazer avançar a cidadania das paraibanas
e dos paraibanos.
Nestes meses de eleições municipais, além de estar presente nas lutas
políticas e eleitorais na grande maioria dos municípios paraibanos,
cumprirei com meus deveres no Congresso Nacional na condução da CPI contra
o tráfico de seres humanos; na CPI das redes de exploração sexual; nas
Comissões Permanentes; e no Plenário da Câmara dos Deputados.
Ao povo de João Pessoa, ao povo da Paraíba e a todas as brasileiras e a
todos os brasileiros reafirmo mais uma vez a minha dedicação, a minha luta,
o meu respeito.
A construção de uma sociedade mais solidária é o grande desafio dos nossos
tempos. A luta contra a violência, a luta contra a corrupção e a
impunidade, sem qualquer concessão ao estilo egoísta de ser ou viver, é a
luta pelo que há de mais humano em cada um de nós; é a luta por um mundo
ético, menos violento, repleto de gente fina, sincera, serena e firme.
Para concluir, Sr. Presidente, retomo as palavras do grande profeta,
arcebispo que foi lá de Olinda e de Recife, D. Helder Câmara, e que V.Exa.
tanto conheceu; e também do cantor e compositor Gilberto Gil em sua
composição Preciso aprender a só ser. De D. Helder, que diz: É preciso
nunca ter medo da utopia. A utopia partilhada éo esteio da história. É a
ousadia a esperança. E ainda de D. Helder: Feliz aquele que consome sua
vida na busca da verdade, procurando conhecê-la e mergulhar sempre mais
nela. Procurando vivê-la e propagá-la, como alguém que partilha, que
partilha um tesouro que tanto mais aumenta quanto mais generosamente o
distribui. São palavras do nosso grande profeta que, com certeza, na Glória
Celestial, olha para a situação do povo nordestino, do povo brasileiro
neste momento de sofrimento com relação à seca.
Gilberto Gil, Sr. Presidente… Muita gente começou a dizer que eu estava
só, que eu estava abandonado, que estava sozinho nessa luta. E aí eu peguei
do compositor e também poeta e cantor Gilberto Gil a música em que ele se
contrapõe àquela outra que diz: Eu preciso aprender a ser só. Ele diz: Eu
preciso aprender a sóser. E diz assim: Sabe, gente / Étanta coisa para a
gente saber / O que cantar, como andar, onde ir / O que dizer, o que calar,
a quem querer / Sabe, gente / É tanta coisa, que eu fico sem jeito / Sou eu
sozinho, e esse nó no peito / Já desfeito em lágrimas que eu luto para
esconder / Sabe, gente / Eu sei que no fundo o problema é só da gente / E
só do coração dizer não, quando a mente / Tenta nos levar para a casa do
sofrer / E quando escutar um samba-canção / Assim como:"Eu preciso aprender
a ser só" / Reagir e ouvir o coração responder: / "Eu preciso aprender a só
ser", sem adjetivos, ser gente, ser humano, ser aquilo que estou revelando
aqui.
A verdade nos liberta, Sr. Presidente. A verdade nos libertará sempre. Este
pronunciamento que faço mostra, com certeza, que nós temos a plena
convicção de que o nosso partido, o PT, é, a partir do congresso que nós
tivemos, depois de várias decisões que tomamos… Também nós aprenderemos a
lição de que esse processo democrático, no País, necessita, cada vez mais,
de uma revisão profunda, de uma ação cada vez mais plena, para que nós
possamos dar uma resposta a todas as demandas.
Concluo meu pronunciamento lendo artigo do Padre Mauro Nunes, que tem muito
a ver com o pronunciamento que fiz, sob o título Política é coisa séria,
muito séria. Movimento, fé e política. Litoral. Macaé. Rio de Janeiro. Ele
diz: A História do nosso país tem páginas repletas de beleza, inspiração e
amor a esta terra pela incessante luta de pessoas, homens e mulheres, que
encarnaram em suas veias, o desejo de uma sociedade justa, digna e
igualitária. Caminho que se faz pela vida Política e por meio de uma
verdadeira democracia com plena participação do povo nos projetos e
decisões que modificam os rumos do país, do Estado e Município e interferem
diretamente na vida das pessoas. Por esta causa muitas pessoas deram a vida
e derramaram sangue.
A história nos ensina que já percorremos um longo caminho e a experiência
tem nos mostrado que há ainda um longo caminho a percorrer. A luta é longa
e árdua, mas não dá para desistir! Não dá para ignorar o suor de quem
sofreu nos idos da história e as lágrimas e perseguições dos que ainda hoje
sofrem. Por isso não cabe conceber: isso não tem jeito!; roubam, mas
fazem!; não posso contra eles, me junto a eles.
Tudo entre aspas. A esperança deve ser sempre nossa companheira! Perder a
esperança é perder o gosto e o sabor da vida. Perder a esperança é deixar
de sonhar e acreditar! Depois de tantas lutas travadas, podemos dizer que
já há uma consciência maior sobre a realidade da política em nosso país e
em nossas cidades. Sentimos o despertar da concepção de que política é
coisa séria! Muito séria! E ninguém tem o direito de fazer da política o
meio de explorar as pessoas em benefício próprio!
Então, o povo passará a exigir candidatos à altura de um mandato
conquistado para bem servir às suas demandas; não terá tolerância com os
políticos que fazem do patrimônio público o seu próprio bem; que
administram seus empreendimentos particulares com recursos financeiros e
humanos provenientes dos bens públicos; o povo conquistou a Ficha Limpa e a
terá como valioso instrumento para limpar a Política dos maus políticos;
não basta o candidato expor o maior número de placas. Aliás, o povo tem
dito que placa não ganha eleição. Não basta campanhas milionárias. O povo
quer que o candidato converse com ele, frente a frente, exponha suas
propostas sem, contudo, apresentar megaprojetos —o povo sabe o que é
proposta eleitoreira —, pois o que as nossas cidades mais necessitam é que
o básico e o urgente sejam feitos: saúde de qualidade; saneamento; boas
escolas; água para todos, etc. O povo não quer candidato que compra voto,
pois sabe que quem compra voto tem apenas um projeto para se chegar ao
poder, mas não um compromisso com a sociedade.
Enfim, política é coisa séria e para pessoas sérias. O Movimento Fé e
Política em nossa Região, junto a outros segmentos da sociedade, vem
levantando, com vigor, esta bandeira da ética na Política e propondo a
reflexão de que política não é coisa suja, mas sujos são os polfticos que
não respeitam o seu representado, o povo que o elegeu. Sujeira é se
utilizar das necessidades e misérias do povo em proveito dos interesses
egoístas e rentáveis. Por isso apoiamos a Lei da Ficha Limpa.
A política é o caminho de organização da sociedade para atender às demandas
sociais e ambientais em vista do bem comum, o bem de todos. Através dela
vemos a possibilidade de construção da Sociedade do Bem Viver.
Sr. Presidente, este o artigo do Padre Mauro. que peço para registrar nos
Anais. Agradeço a V.Exa. a tolerância para que eu pudesse concluir a
leitura deste meu pronunciamento e também desse artigo publicado, da
autoria do Padre Mauro, do Movimento Fé e Política, litoral Macaé, Rio de
Janeiro.
*O SR. PRESIDENTE *(Gonzaga Patriota) – Deputado Luiz Couto, V.Exa. será
atendido, nos termos regimentais. Parabenizo V.Exa. por esse
pronunciamento, sabia das qualidades do Padre Luiz Couto, sabia que ele era
um poeta tão afinado como o é.