E ela foi “parida” pelo ventre daqueles exploradores. Povos de língua estranha, pela clara, roupas coloridas e volumosas. Vieram sem pedir licença aos Potiguara e Tabajara. Atracaram seus barcos à vela às margens do Rio Sanhauá. Dominaram os indígenas e construíram as primeiras edificações longe do mar, por razões estratégicas e militares; percorrendo o caminho inverso de muitas cidades litorâneas do Brasil
Era 5 de agosto de 1585, e sobre uma pequena elevação formada numa extremidade daquele afluente do Rio Paraíba, veio a ser fundada a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, homenagem à santa do dia, até hoje padroeira da cidade. Daquela data até nossos dias a capital paraibana recebeu outros nomes.
Foi Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em 1588, numa homenagem ao rei Filipe da Espanha e de Portugal. Durante a invasão holandesa, em 1634, tornou-se Frederikstad. A partir de 1654, seu nome foi trocado para Parahyba do Norte.
A denominação de João Pessoa foi aprovada em setembro de 1930, em homenagem ao político paraibano homônimo, assassinado em 26 de julho de 1930, na Confeitaria Glória, em Recife. E assim vai uma rápida menção histórica daquela que já foi chamada “Cidade das Acácias” quando era, eu, meninote vindo do interior.
E João Pessoa é assim. Firmada em pedra e argamassa, forjada por guerras, amores perfeitos e imperfeitos. Casario histórico belo, cujas suas igrejas barrocas trazem, em si, anjos arredondados e olhar benevolente. E assim chega a terra de um povo hospitaleiro e belo, que pulsa em coração macro, aos seus 434 anos.
Essa é João Pessoa. Acolhedora em todo seu esplendor. Detentora de um patrimônio cultural material e imaterial que a coloca em posição próxima aos deuses que cultivam o belo e festejam a vida. Vida calma, banhada por um oceano de águas mornas, e um sem fim de verde a perder de vista.
Sim, verde. Verde da mata nativa ou plantado nos jardins e quintais. Verde da esperança. De uma qualidade de vida especial que a torna ponto de referência para outras capitais do país. E assim vai João Pessoa no trem do progresso, sem perder seus vínculos históricos do passado.
Relembrando as primeiras impressões daquele meninote que chegou até ela vindo do interior, continuo a entrar em processo de ebulição amorosa por ti, João Pessoa. Capital do meu e de outros milhares de corações que habitam no teu ventre; sendo todos nós paridos, a cada dia, pelo que tu és e fostes. Parabéns João Pessoa!
Eliabe Castor
PB Agora
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