Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 4 e 5 de julho aponta que 58% dos entrevistados consideram inadequadas as conversas entre o então juiz da Operação Lava Jato em primeira instância, Sérgio Moro, e os procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba responsáveis pela investigação. Outros 31% aprovam a conduta do agora ministro da Justiça e 11% não souberam avaliar.
Os diálogos começaram a ser divulgados pelo site The Intercept no dia 9 de junho e colocaram em questão a imparcialidade de Moro enquanto magistrado. As reportagens sugerem que o ministro atuou como chefe da acusação, indicando ações e testemunhas para os procuradores do MPF. Sérgio Moro já compareceu à Câmara e ao Senado para explicar os diálogos que tinham por aplicativos de mensagens instantâneas com Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato. O ministro se defende levantando a suspeita de que as mensagens podem ter sido adulteradas e forjadas, mas também afirma que não há irregularidades na conduta demonstrada pelas reportagens.
A pesquisa foi divulgada neste sábado (06) e ouviu 2.086 pessoas em 130 municípios de todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.
O maior índice de reprovação da conduta de Sérgio Moro é registrado entre os jovens na faixa etária de 16 a 24 anos, 73% avaliam as conversas publicadas pela imprensa como inadequadas. Nas faixas etárias que vão dos 25 aos 44 anos, a reprovação é de 62%, enquanto o número entre as pessoas de 45 a 59 anos é de 50%. 44% dos entrevistados com mais de 60 anos acham a conduta inadequada.
Também para 58% dos ouvidos, as sentenças dadas por Moro devem ser revistas caso as irregularidades sugeridas pelas conversas vazadas sejam comprovadas. Para 30%, o ganho com o combate à corrupção compensa possíveis excessos cometidos.
A aprovação do ministro foi medida pela pesquisa e caiu de 59% em abril deste ano para para 52%, conforme registrado nas entrevistas realizadas na última semana.Aqueles que acreditam que Moro deve deixar o cargo de ministro da Justiça por causa da das mensagens vazadas são 38%. Outros 55% acha que ele deve permanecer e 7% não souberam avaliar.
Redação com Congresso em Foco
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