Arcebispo da PB destaca ‘direito adquirido’ de Couto e Anastácio de disputarem reeleição
Apesar de não concordar com a participação de padres na política, e ressaltar que há restrições da Igreja com relação a essa participação, o arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, em entrevista nesta terça-feira (25), a rádio CBN João Pessoa, deixou claro que não irá prejudicar os religiosos que já militam na política há algum tempo, como é o caso do Padre Luiz Couto, que é deputado federal, e Frei Anastácio, deputado estadual ambos do PT.
Para ele, os padres devem fazer essa política verdadeira no sentido de colaborar com a conscientização e apoiar àqueles que realmente trabalham bem para o nosso país, para o estado, para a nossa cidade.
“A realidade da Paraíba é um pouco ‘sui generis’ no sentido de que aqui é uma tradição de que padres participem de partidos políticos e que sejam candidatos. Temos Luiz Couto, o Frei Anastácio e sempre há padres se candidatando no Estado. Eu pessoalmente não vejo com bons olhos os padres que assumem um partido político, porque o partido já diz, é partido, é dividido, e cria dentro da paróquia uma divisão grande, no sentido de que em época de política tudo se torna mais difícil no âmbito do nosso trabalho pastoral. Mas, como já existe uma tradição desses candidatos, a gente vai respeitar, até porque foram autorizados, com as restrições que nós sabemos que é de não assumir paróquia. Os dois fazem bom trabalho, tem posicionamento com os princípios da igreja, é positivo. Eles já são candidatos natos, têm direito adquirido, e com direito adquirido não se mexe. A gente não gosta quando tiram nosso direito adquirido”, disse.
Mas quando o assunto são as participações de novatos religiosos, o arcebispo avisa que fará as devidas restrições.
“Temos que dialogar e ver como conduzir a essa situação. Não sou de imposições – os que já são candidatos natos ninguém contesta, o povo é quem os reelege, mas candidatos novos devemos colocar as restrições”, avisou.
PB Agora