O deputado federal paraibano Hugo Motta (PMDB-PB) conquistou o apoio do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ) e já deu início a campanha pela liderança da bancada do PMDB na Casa. A candidatura foi definida após reunião com a ala dissidente do partido que pretende impedir a reeleição do atual líder, Leonardo Picciani (RJ). Picciani é contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que desagrada Cunha.
O dia para a eleição do novo líder peemedebista ainda não foi definido. Picciani pretende que o próximo dia 17 de fevereiro seja o dia para a eleição interna. No entanto, a ala dissidente ainda não aceitou esses procedimentos que, por prerrogativa prevista no regimento da Câmara, pertence ao líder. Essas datas só serão definidas depois, provavelmente no primeiro dia de funcionamento do Congresso depois do recesso, previsto para o dia 2 de fevereiro.
Cunha definiu como prioridade derrotar Picciani na eleição para a liderança e, para isso, vem fazendo campanha pelo deputado paraibano Hugo Motta.
Atualmente com 26 anos, Hugo Motta foi indicado por Cunha no início do ano passado para presidir a CPI da Petrobras. Um de seus primeiros atos foi permitir que Cunha apresentasse uma defesa prévia à comissão, o que pegou os parlamentares de surpresa, logo após a inclusão do nome do presidente da Câmara na lista dos parlamentares suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras.
Inicialmente ligado a Cunha, Picciani se afastou do padrinho, ganhou independência e se aproximou do Palácio do Planalto. Terminou por se transformar no interlocutor preferido da presidente Dilma Rousseff junto ao PMDB, o que causou ciúmes políticos do vice-presidente da República e presidente nacional da legenda, Michel Temer, que revelou o incômodo com o papel de Picciani em carta-desabafo à presidente Dilma.
Na reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma na primeira semana de outubro, Picciani ganhou força. Ele indicou os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e o da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. Tal intimidade política com o Planalto irritou a ala oposicionista do PMDB que passou a articular a saída do então líder.
Redação
com informações do Congresso em Foco