A pré-candidata do PT à presidência, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), aproveitou um evento público en Duque de Caxias (RJ) nesta quarta-feira para fazer elogios ao deputado Ciro Gomes (PSB-PE), dizendo que gostaria de estar no mesmo palanque que ele.
Ela lembrou, no entanto, que uma possível desistência dele na disputa à presidência cabe exclusivamente ao deputado. “Tenho uma relação muito forte com o deputado Ciro Gomes. Convivi diariamente com ele no primeiro governo. É uma pessoa leal, correta, inteligente, capaz. Gostaria sempre de estar em palanque com ele, mas é uma decisão que não é minha”, afirmou a ministra em entrevista, depois de participar, ao lado do presidente Lula, da inauguração do Gasoduto Cabiunas.
Dilma voltou a destacar que ainda não foi oficializada como candidata pelo PT, o que acontecerá no encontro nacional do partido, entre os dias 18 e 20 deste mês. “Ninguém é candidato de si mesmo. Não vou colocar o carro na frente dos bois”, afirmou a ministra, acrescentando que a pesquisa do Instituto Sensus divulgada esta semana, que indica seu crescimento nas intenções de voto, é apenas o retrato do momento. “Nós mulheres, especialmente, sabemos que salto alto não é bom”, brincou a ministra.
Base aliada – Mas o que o governo prega é a união da base aliada no palanque da ministra, com o objetivo de polarizar a disputa e fazer frente ao candidato da oposição, José Serra. Para o comando da campanha petista, a transferência de votos de Ciro para Dilma se dará naturalmente, quando os dois pré-candidatos alinharem o discurso.
Para o deputado, no entanto, o presidente comete “grave erro” quando avalia que sua desistência beneficiaria Dilma. “O santo Lula nesse assunto está errado”, afirmou ele, em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira. Ao retornar das férias, o deputado avisou que resistirá à pressão do Planalto. “Mantenho a minha candidatura à Presidência da República.”
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