A eleição é presidencial, mas Minas Gerais é o par de palavras mais citado por Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nos três debates do segundo turno realizados até agora.
O nome do segundo maior colégio eleitoral do País – que o tucano governou de 2003 a 2010 e onde a petista venceu no primeiro turno por 43,5% a 39,8% – foi pronunciado 67 vezes, mais que "governo federal" (31), "Bolsa Família" (36) e "segurança pública" (33).
Levadas em conta as palavras únicas, tanto Dilma quanto Aécio falaram mais de "Minas" do que de responsabilidades que assumirão em 2015 se vencerem as eleições, como "saúde", "transporte", "educação", controle da "inflação" e gestão da "Petrobras", a maior empresa do País.
omo esperado, Dilma usou Minas Gerais para criticar as capacidades de Aécio, sobretudo nas áreas de segurança, saúde e transparência e probidade dos gastos públicos.
Já o tucano recorreu ao nome de seu Estado natal para se defender desses ataques, e para destacar o que considera seus méritos em saúde, educação e eficiência do Poder Público.
Dezoito Unidades da Federação sequer são mencionadas
Além de Minas Gerais, os dois candidatos à Presidência se referiram diretamente a apenas outras nove das 27 unidades da Federação. Entre as lembradas, a mais recorrente é São Paulo, novamente por servir tanto de pedra como de vidraça durante os embates na TV.
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As investigações sobre irregularidades nas compras de trens pelo governo paulista e a crise hídrica transformaram o Estado, comandado pelo PSDB há 20 anos, em arma de ataque de Dilma.
Já Aécio recorreu a São Paulo sobretudo para sugerir que o Pronatec – que oferece ensino técnico gratuito e é um dos carros-chefe da propaganda eleitoral petista – foi inspirado nas Etecs, as escolas técnicas paulistas atribuídas pelo tucano ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Aécio cita mais Lula e Dilma, FHC
Os dois presidenciáveis também calcaram os discursos no passado: os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governou de 1995 a 2002, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 2003 a 2010, foram mencionados em quase 20 ocasiões cada um.
Usando FHC como parâmetro de comparação para o que considera avanços de seu governo, Dilma citou mais o tucano do que o petista, sem nunca elogiá-lo. Já Aécio mencionou mais vezes Lula, e em duas ocasiões o homenageou.
A importância da corrupção nos embates fica visível não só pelas menções à Petrobras – palco do mais recente escândalo que supostamente envolve o PT -, mas também ao Ministério Público e à Polícia Federal, termos que surgem de maneira expressiva nas nuvens de palavras.
Os dados foram obtidos pelo iG com ajuda da ferramenta Many Eyes, da IBM, a partir do que os candidatos falaram nos debates realizados pelas TVs Bandeirantes, SBT e Record nos dias 14, 16 de 19, respectivamente.
As degravações dos dois primeiros foram disponibilizadas pelo UOL, parceiro do SBT e que hospeda o portal da Bandeirantes. O conteúdo do debate da Record foi degravado pela reportagem.
Para consultar as menções a uma determinada palavra, basta incluí-la na caixa de diálogo search (procurar, em inglês).
IG