A presidente Dilma Rousseff reiterou nesta sexta-feira seu compromisso com o combate à inflação sem deixar de lado o crescimento econômico e a inclusão social.
Em discurso durante fórum econômico na cidade chinesa de Boao, Dilma também reclamou de medidas adotadas pelos países ricos que, de acordo com ela, vêm pressionando a inflação global e valorizando as moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
"Eu gostaria de enfatizar que nós somos favoráveis ao controle da inflação e à estabilidade fiscal. Eu gostaria de destacar que, para nós, o controle da inflação e a estabilidade são fundamentais para a recuperação da economia mundial", afirmou a presidente.
"Mas isso tem que ter como objetivo criar condições para o crescimento econômico, para a inclusão social, sobretudo naqueles países onde parcelas enormes da população ainda vivem em situação de pobreza ou de pobreza extrema", reiterou.
A uma plateia que incluiu o primeiro-ministro espanhol, José Luiz Rodríguez Zapateiro, o presidente chinês, Hu Jintao, além de outros chefes de Estado e empresários, Dilma reclamou de medidas adotadas por países que afetam a economia dos emergentes.
"A expansão da liquidez por parte dos países avançados pressiona a inflação mundial e aprecia as moedas de vários países, sobretudo dos exportadores de commodities, ao mesmo tempo em que promove a insegurança alimentar e energética em outras nações", disse.
A presidente defendeu que a inclusão social seja a "questão-chave" dos "homens e mulheres do Século 21" e ressaltou os programas sociais adotados no Brasil nos últimos anos.
Até agora em 2011 o dólar registra desvalorização de pouco mais de 5% ante o real, apesar das medidas anunciadas pelo governo para conter a entrada da moeda norte-americana no país, que nos três primeiros meses do ano somou US$ 35 bilhões.
Ao mesmo tempo, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou nos últimos 12 meses até março alta de 6,3% e o mercado prevê, segundo relatório Focus do Banco Central, inflação de 6,26% para 2011, perto do teto da meta de 6,5%.
O BC vem elevando a taxa de juros e adotando medidas macroprudenciais para conter os preços, mas já disse que que busca uma convergência suave para as metas e que irá trabalhar para que isso ocorra em 2012.
REUTERS