Os diretórios estaduais do PMDB do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e do Mato Grosso do Sul irão apresentar na Convenção Nacional do partido, prevista para o próximo sábado (12) moção em que defendem o desembarque imediato do governo da presidente Dilma Rousseff. A ideia, segundo alguns dos responsáveis pelo documento, é de também coletar, ao longo da semana, apoio de outros Estados e levá-lo para votação no dia do encontro nacional do partido.
Na ocasião, o vice-presidente da República, Michel Temer, deverá ser conduzido ao comando da legenda, posto que ocupa desde 2001. Na Paraíba até então o diretório estadual presidido pelo senador José Maranhão permanece na base de sustentação do Governo Dilma.
"Vamos informar ao Michel sobre a moção que preparamos. Mas antes vamos coletar assinaturas de outras bancadas. Acreditamos que também teremos apoio de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Acre e talvez Tocantins", disse o deputado federal Osmar Terra, vice-presidente estadual do PMDB em RS. "Hoje, 80% das bases do partido apoiam o desembarque", acrescentou.
O texto final do documento foi fechado em reunião realizada nesse último sábado na capital gaúcha e contou com a participação dos deputados federais do RS, SC, PR e MS. O documento, que passou pela aprovação "unânime" dos diretórios estaduais, traz uma série de críticas ao PT e propõe o afastamento do governo Dilma e independência na atuação no Congresso Nacional.
"Propomos: que o PMDB se afaste dessa desastrosa condução do país e atue de forma independente do governo federal, nas suas ações e nas suas posições no Congresso Nacional. Temos que desembarcar do governo e construir a unidade em torno do vice-presidente Michel Temer e do partido, para socorrer o Brasil e ajudá-lo a sair do precipício onde se encontra. Isso é incompatível com seguir cegamente um governo que nunca nos ouviu ou respeitou", diz trecho do documento intitulado Carta de Porto Alegre.
Na Paraíba até então o diretório estadual presidido pelo senador José Maranhão permanece na base de sustentação do Governo da presidente Dilma Rousseff. O mesmo procedimento foi determinado ontem (07) pelo comando nacional do PSD presidido pelo ministro Gilberto Kassab que confirmou que apesar das dissidências internas o partido continua na base.
“Não existe motivo para impeachment. Nada chega à presidenta. O Poder Judiciário existe para que faça suas apurações, para que puna aqueles que cometeram crimes e também deixe claro àqueles que estão sendo injustiçados por falsas alegações”, disse Kassab.
Na convenção do PMDB, além da escolha do presidente da legenda, também serão definidos os demais postos do Diretório Nacional e Executiva Nacional. O encontro está previsto para ocorrer, em Brasília, na véspera das manifestações contra o governo Dilma marcadas para o próximo domingo, 13.
Redação