A juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública, Ana Carmem Pereira Jordão concedeu tutela antecipada em ação civil pública movida pela Defensoria Pública do Estado e suspendeu o fim do racionamento de água em Campina Grande e 18 municípios. Na última segunda-feira (21), o Governo do Estado anunciou a antecipação do fim do racionamento para esta sexta-feira (25), um dia antes do prazo anunciado anteriormente. Para o doutor em Recursos Hídricos, Janiro Costa, a continuidade da distribuição controlada de água não faz sentido.
Segundo o professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Janiro Costa, doutor em Recursos Hídricos, Hidrologia e Hidráulica pela Gottfried Wilhelm Leibniz Universität Hannover na Alemanha, não faz sentido continuar com o racionamento, já que, no momento, é tecnicamente possível e não há mais risco.
“As pessoas ficam com medo, falando em segurança hídrica, mas quem está dando hoje segurança hídrica é justamente a Transposição, uma obra que foi feita para isso, para garantir essa segurança. É o que ela está fazendo, está mandando uma vazão até maior do que a gente utiliza, que está permitindo o acúmulo no açude. E foi para isso, para garantir que todos tenham água o tempo todo, que a transposição foi feita”, destacou Janiro.
Para Janiro, não há sentido em continuar com o racionamento. “Eu me manifestei para colaborar e explicar, porque percebi o medo e uma ideia equivocada. O medo é psicológico, não há o que temer. O rio está perenizado, através de bombeamento. Eventualmente pode acontecer um problema de manutenção que interrompa um dia ou dois, mas é um processo normal, como a Cagepa faz interrupções normais e depois retoma o abastecimento normal”.
Segundo o especialista Janiro Costa, é necessário entender que Campina Grande agora está sendo abastecida diretamente pelo São Francisco. “O Açude Boqueirão é só uma questão de nível. Rigorosamente, ele não precisava mais nem subir. Quando ele atingir um nível que permita a saída de água para a distribuição em Campina, não precisa mais nem subir. A água do São Francisco não é para encher Boqueirão, mas garantir e dar segurança hídrica e abastecer a cidade”, argumenta.
PB Agora