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Em 8 anos de Lula, denúncias levaram à demissão de 9 ministros

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Com a demissão da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, na última quinta-feira (16), devido a denúncias de suposto tráfico de influência no Planalto, são nove os ministros que deixaram a Esplanada dos Ministérios em razão de denúncias nos quase oito anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Relembre quais foram:

Benedita da Silva
Ministra da Secretaria de Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva foi atingida por denúncias de mau uso de dinheiro público logo no primeiro ano de governo petista, ao pagar com recursos da União a hospedagem em um hotel de luxo na Argentina. À época, Benedita justificou a despesa afirmando que teria viajado ao país vizinho para participar de um café da manhã com evangélicos e resolvera esticar a agenda em um encontro oficial. Pressionada pelos fatos publicados pela imprensa, devolveu o dinheiro gasto na viagem e acabou demitida em 21 de janeiro de 2004.

Benedita sempre negou irregularidades. Na época, a ex-ministra alegou que os gastos realizados na Argentina foram realizados durante reuniões de trabalho.

Romero Jucá
Terceiro a pedir demissão na Esplanada, o hoje líder do governo no Senado, senador Roméro Jucá (PMDB-RR), era ministro da Previdência quando acabou envolvido em supostas irregularidades na aplicação de recursos emprestados pelo Banco da Amazônia. Como garantia para um empréstimo obtido junto ao banco, uma empresa de Jucá teria apresentado papéis que indicariam propriedade de fazendas fantasmas. Diante da repercussão do caso, Jucá acabou deixando a pasta em 21 de julho de 2005, apenas 122 dias após tomar posse, em 22 de março do mesmo ano.

O senador negou ter intermediado negociações. Na época em que as denúncias surgiram, seu advogado disse que as acusações tinham cunho eleitoral. Também disse que, ao contrário de ser beneficiário, Jucá foi avalista do empréstimo, colocando bens em garantia para o banco.

José Dirceu
Primeiro integrante do governo Lula a ocupar a Casa Civil, José Dirceu emergiu das eleições de 2002 como o braço direito do presidente Lula e um dos responsáveis pelos 53 milhões de votos obtidos pelo petista no segundo turno das eleições contra o hoje candidato José Serra (PSDB). Ele se demitiu em 16 de junho de 2005, no auge do escândalo do mensalão, pressionado por declarações do delator do esquema, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que a sua permanência na Casa Civil poderia respingar no presidente Lula. O mensalão foi o escândalo da suposta compra de apoio de parlamentares no Congresso, que atingiu diretamente Dirceu, o principal responsável pelas alianças do governo petista com os partidos.

Sempre negou envolvimento com as denúncias. Deixou o cargo e voltou à Câmara dizendo que lá poderia esclarecer os fatos, mas acabou tendo o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por oito anos. Segundo o ex-ministro, todas as denúncias foram infundadas.

Antonio Palocci
Homem forte no primeiro governo do presidente Lula, o hoje deputado federal Antônio Palocci (PT-SP) permaneceu no comando do Ministério da Fazenda até 27 de março de 2006, quando pediu demissão diante das denúncias publicadas pela imprensa sobre sua suposta participação na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa na Caixa Econômica Federal. “Nildo”, como é conhecido o caseiro, afirmou ter visto Palocci em festas em uma mansão no Lago Sul de Brasília. Palocci respondeu a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e teve o processo arquivado no ano passado. O caseiro ganhou na Justiça uma indenização de R$ 500 mil da Caixa em razão da violação de sigilo – a instituição anunciou que irá recorrer.

Disse que ocorreu ‘movimento sistemático para lançar dúvidas e suspeitas’ sobre ele e garantiu que não teve participação no caso. Neste ano, o STF rejeitou denúncia contra ele.

Luiz Gushiken
Supostas interferências em fundos de pensão e suspeitas de envolvimento no escândalo do mensalão apuradas pela CPI dos Correios também fizeram Luiz Gushiken, então ministro da Secretaria de Comunicação do governo, a deixar o cargo no dia 13 de novembro de 2006. Gushiken já havia sido removido do comando da pasta e atuava no Núcleo de Assuntos Estratégicos do governo. Ele entregou sua carta de exoneração depois de ter sido alvo de investigação no Tribunal de Contas da União (TCU).

O ex-ministro afirmou que se afastou da pasta para evitar prejuízos ao governo, mas negou envolvimento em irregularidades.

Silas Rondeau
Em 2007, escândalos de corrupção chegaram até o Ministério de Minas e Energia, atingindo o então ministro Silas Rondeau. Apontado pela Polícia Federal como suspeito de ter recebido R$ 100 mil da Construtora Gautama, acusada de fraudes e desvios em obras públicas, Rondeau entregou o cargo no dia 22 de maio de 2007.

Rondeau sempre negou ter recebido propina. ‘Reafirmo minha completa e absoluta inocência’, escreveu em sua carta de demissão.

Walfrido Mares Guia
Seis meses depois da saída de Rondeau, em 22 de novembro de 2007, o ministro de Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia — que também já havia ocupado a pasta do Turismo –, entregou ao presidente Lula sua carta de demissão, acossado por denúncias de envolvimento no escândalo do suposto mensalão mineiro. O esquema, segundo o procurador-geral da República à época, Antonio Fernando de Souza, foi o embrião do mensalão de 2005 no governo federal.

Afirmou que se afastou para evitar prejuízos ao governo, mas negou envolvimento em irregularidades. Ele classificou as acusações imputadas pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de injustas e improcedentes e que isso ficaria provado no curso do processo.

Matilde Ribeiro
Até a queda de Erenice do cargo nesta quinta, a então ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, permanecia como a última a ter deixado o governo em decorrência de denúncias. Ministra de Lula desde março de 2003, Matilde não resistiu à divulgação dos seus gastos com o cartão corporativo do governo, motivando até a abertura de uma CPI mista no Congresso. Em 2007, Matilde gastou mais de R$ 171 mil com o seu cartão, dos quais R$ 120 mil só com aluguéis de veículos. A justificativa da ministra é que teve de viajar mais para intensificar relações com novos governos. Ela deixou o cargo no dia 1 de fevereiro de 2008.

Disse que foi induzida ao erro ao usar cartão corporativo. Afirmou que foi orientada a usar o cartão para despesas com hospedagem, alimentação e locação de veículos.

 

G1

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