A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou sessão especial, na tarde desta segunda-feira (06), para tratar da organização do trabalho dos ambulantes no Estado. O evento, proposto pelo deputado Hervázio Bezerra, aconteceu no plenário “Deputado José Mariz” e contou com a presença do procurador federal José Godoy, além de representantes de todas as categorias de ambulantes da Paraíba.
O objetivo dessa discussão, de acordo com Hervázio Bezerra, é ouvir a categoria para que se possa intermediar, junto às prefeituras de todo o estado, as suas reivindicações da categoria.
“Mas tudo isso tem que ser feito com uma conciliação, onde todos os entes assumam as suas responsabilidades. Nós sabemos que são pais, mães de família que prestam relevante serviço em todo o estado da Paraíba. Então, nada melhor do que a Casa Epitácio Pessoa auscultá-los, dar direito à voz, às suas queixas, às suas dificuldades e o que eles pensam. Porque quem melhor domina a situação do comércio informal do nosso estado são eles”, disse.
O procurador José Godoy, do Ministério Público Federal, parabenizou a Assembleia Legislativa pela iniciativa, na pessoa do deputado Hervázio Bezerra, por ter assumido a discussão dessa pauta, da atuação institucionalizada na defesa de um segmento econômico tão importante. “Inicialmente eu venho aqui para ouvir. E ao final da escuta, nós teremos condições de ter um posicionamento, uma manifestação que possamos encaminhar essas reivindicações, pelo menos no plano federal”, declarou.
“Nós estamos vivendo um momento único”, enfatizou a ambulante Márcia Medeiros, presidente da Associação dos Ambulantes e Trabalhadores em Geral da Paraíba (AMEG). Ela denunciou que os ambulantes estão sofrendo toda tipo de violências quando se deslocam para trabalhar em outras cidades “que promovem eventos públicos, realizados com o dinheiro do povo e têm fechado as portas para receber o povo”. “É algo que tem trazido muito desgaste para o nosso povo, porque a gente vive e sobrevive só de eventos. Esses ambulantes não trabalham em outros espaços da cidade, eles trabalham apenas nas festas públicas”, explicou.
Entre outras reivindicações, a AMEG propõe que as cidades destinem 70% dos espaços para os ambulantes locais e 30% para os trabalhadores que vêm de outras cidades. Para a assistente social Fernanda Muniz, secretária-geral da AMEG, os ambulantes estão sendo criminalizados quando se deslocam para trabalhar em outras cidades.
“Sofrem violências e é um direito de todas as pessoas ter um trabalho e que esse trabalho seja digno. Ou seja, estamos lidando com famílias, com pessoas, trabalhadores ambulantes que não devem ser criminalizados e sim devem ter o seu direito respeitado, que é o direito ao trabalho. Nossa luta é justamente para que a gente viabilize a garantia de direitos dessas pessoas que precisam levar o seu sustento para casa todos os dias”, acrescentou. Segundo ela, existem, hoje, mais de 2 mil ambulantes cadastrados em todo o estado, sendo 350 em João Pessoa.
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