A desconfiança sobre o voto eletrônico no Brasil, que antes era restrita a técnicos da área, vem ganhando dimensão cada vez maior dentro da sociedade. Para entender os aspectos técnicos do problema, foi entrevistado o professor doutor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Diego Aranha. Segundo ele, o equipamento é vulnerável e o fato de não poder ser feita uma auditoria isenta no equipamento, compromete a transparência do processo eleitoral.
“A urna eletrônica é um equipamento de votação utilizado no Brasil e, dentre muitos países do mundo que adotaram votação eletrônica, é o único equipamento que não produz um registro físico do voto. Isso limita absurdamente a capacidade de auditoria, de você verificar que o equipamento está se comportando de maneira honesta durante a eleição”, explicou.
A vulnerabilidade do equipamento foi comprovada em testes de segurança realizados pela equipe do professor no período entre novembro e dezembro de 2017. De acordo com o especialista, um dos problemas encontrados foi no software da urna.
“Nos vários testes de segurança que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) organiza ao longo dos anos, já foram descobertas vulnerabilidades tanto no sigilo do voto, quanto na integridade dos resultados e do software do equipamento. Não dá para dizer que a urna eletrônica satisfaz os requisitos mínimos de segurança e de transparência que a gente espera de um equipamento usado em eleições oficiais. Ela não tem segurança sufi ciente para uma eleição presidencial com 140 milhões de votos”, afirma.
Redação