O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) afirmou, em entrevista ao programa Correio Debate nesta segunda-feira (9), que enfrenta preconceito por carregar o sobrenome Cunha Lima, tradicionalmente associado a uma das mais influentes oligarquias políticas da Paraíba. Durante a conversa, ele destacou os desafios de lidar com a rejeição ao peso de sua herança familiar no cenário político estadual.
“Sou alvo de preconceitos justamente por ser Cunha Lima. Na última eleição para o governo, tivemos uma grande vitória em João Pessoa; as atitudes falam mais que sobrenomes”, declarou Pedro, que também admitiu que sua entrada na política, ao conquistar o mandato de deputado federal em 2014, foi facilitada por pertencer à tradicional família de ex-governadores.
Pedro relembrou episódios das últimas campanhas, incluindo a eleição de 2022, na qual foi derrotado pelo governador João Azevêdo (PSB). Ele mencionou que, em Campina Grande, opositores usaram camisetas com a frase “Cunha Lima Nunca Mais”, numa tentativa de reforçar a rejeição à continuidade da influência da família na política paraibana.
“Eu acredito que as pessoas deveriam avaliar as ideias, não o sobrenome. A política precisa de renovação e de atitudes que façam a diferença, mas é inegável que carregar esse nome traz preconceito, independentemente do que eu faça ou proponha”, afirmou o ex-deputado.
Pedro também rememorou o embate com o governador João Azevêdo durante a campanha de 2022, quando o chefe do Executivo estadual mencionou, em um momento polêmico, que a “primeira papa” de Pedro teria sido dada com dinheiro público. A fala gerou críticas e reacendeu o debate sobre o papel das oligarquias na política regional.
Apesar de admitir as dificuldades enfrentadas por conta do sobrenome, Pedro reforçou sua intenção de continuar na política e afirmou que está comprometido com uma agenda de renovação e transparência. “Eu não posso mudar meu sobrenome, mas posso mostrar que as ações e ideias valem mais do que qualquer nome de família”, concluiu.
PB Agora