O ex-deputado estadual Fabiano Lucena revelou em entrevista exclusiva ao portal PB Agora que apesar de muitos pedidos, não cogita retornar as atividades políticas nas próximas eleições. Lucena, que se elegeu vereador em João Pessoa aos 20 anos de idade e aos 22 chegou a Assembléia Legislativa, disse que a desmotivação pela atividade parlamentar foi fator determinante para que se afastasse da vida pública em caráter definitivo.
“Sou muito mais feliz hoje exercendo minha profissão de administrador no ramo da construção civil. Não tenho mais motivação para ser político”, revelou.
Fabiano confidenciou que tomou a decisão de retirar-se da política contrariando as opiniões da maioria das pessoas do seu ciclo de relacionamentos:
"Sempre estive entre os cinco mais votados. As pesquisas até me apontavam uma reeleição folgada em 2010. Mas preferi agir com o coração e joguei a toalha. Foi uma decisão de foro íntimo que acabou até magoando algumas pessoas que gostavam muito de mim. Tive que pedir desculpas a muitos amigos", afirmou Fabiano.
Ele ainda elencou algumas razões que tornaram essa posição irreversível, minimizando as especulações sobre o seu retorno à casa de Epitácio Pessoa:
“As Assembléias quase não têm atribuição legiferante, porque suas decisões não podem contrariar o Congresso Nacional e o Judiciário. O plenário virou uma arena e eu não via mais sentido em estar ali”, revelou.
“Olhei no espelho e vi que aquele menino entusiasmado que pegava o carro de madrugada para ir fazer política em São José de Piranhas e outras cidades do sertão, não existia mais. Nos meus últimos dias de mandato eu já ia para a Assembléia Legislativa apenas registrar presença, pois não aguentava mais aquele ambiente improdutivo”, declarou Fabiano.
O ex-deputado também fez um desabafo em relação aos ‘políticos profissionais’, que segundo ele, desviam a finalidade da democracia.
“Política não pode ser um meio de vida. Todo homem público deveria ter uma profissão paralela. Como dizia o poeta Ronaldo – a política é um sacerdócio, não pode virar um negócio. Essa distorção é o que desvia a finalidade da democracia”, desabafou.
Sobre as eleições de 2014, ele afirmou que não pretende disputá-las, mas torce muito para que Cássio Cunha Lima retorne ao governo da Paraíba:
“Ele é um dos líderes mais completos deste país. O sentimento do nosso estado hoje é de orfandade da sua liderança. Precisamos de um governador sensível as pessoas, que diminua o hiato entre o poder e a população. A Paraíba precisa de Cássio. O sentimento que escuto em todo lugar é esse”, arrematou.
PB Agora