A intervenção no Distrito Federal pedida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem apoio até de dirigentes do DEM, ex-partido do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), preso na última quinta-feira acusado de tentar subornar testemunha do escândalo de pagamento de propina em que está envolvido. A medida, defendida pelo grupo do senador Demóstenes Torres (GO) e do deputado Ronaldo Caiado (GO), pode livrar o DEM do constrangimento de ver outro integrante, agora o governador em exercício, Paulo Octávio, ser removido do poder.
O próprio Paulo Octávio admitiu no último sábado que, diante dos problemas de governabilidade, pode renunciar ao cargo. Ele, assim como Arruda, nega qualquer envolvimento nas denúncias que atingiram o governo do DF.
– Não está descartada [a hipótese de renúncia]. Nada está descartado.
Nos próximos dias ele faz uma reunião com 12 partidos, inclusive os da oposição, para definir politicamente os próximos passos do governo do DF.
– Estou colocando toda a minha carreira política em jogo.
Apesar de ter renunciado à presidência do DEM no DF, Paulo Octávio é do partido e está ligado à fundação da legenda na capital do país. Em menos de 24 horas no cargo – assumiu na quinta-feira à noite, quando Arruda se entregou à Polícia Federal -, tornou-se alvo de quatro pedidos de impeachment, um deles assinado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
– Não pode haver um processo de impeachment de quem nem assumiu o governo. Se eu cometer algum deslize, no meu governo, aí sim, é possível. Daqui a 15 dias, um mês.
Os pedidos, na avaliação dele, foram feitos “com muita pressa”.
O próprio DEM, contudo, está com pressa. Demóstenes quer descolar a imagem do partido do escândalo.
– Não há nenhuma possibilidade de qualquer personagem envolvido nesse caso se sair bem e qualquer proximidade do partido com eles vai reforçar essa história de “mensalão do DEM”.
r7