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Ex-senador da Paraíba diz que Silvio Santos seria “imbatível” nas urnas

Um sonho que não aconteceu. Cotado para ser o candidato a vice-presidente da República na chapa que seria encabeçada pelo apresentador Silvio Santos, o ex-deputado e ex-senador da Paraíba, Marcondes Gadelha, garantiu que o dono do SBT seria “imbatível nas urnas”.

A exemplo dos brasileiros, Marcondes Gadelha lamentou a morte de Silvio Santos no último sábado (17/08) aos 93 anos, e disse que nutre um carinho enorme pelo apresentador que fez história na televisão brasileira, morreu na manhã deste sábado (17), aos 93 anos.

Em 1989, o comunicador tentou ser candidato a presidente da República. O paraibano Marcondes Gadelha, ex-deputado federal e ex-senador da República que seria vice de Silvio, destacou a relação que mantinha com o empresário dono do SBT. Ele lembrou que os dois enfrentaram uma forte resistência que “implodiu” a candidatura.

“Enfrentamos uma resistência obstinada e duríssima contra o registro da candidatura [de Silvio Santos], que acabou não acontecendo, pela razão muito simples de que, nas urnas, ele seria imbatível”, declara Marcondes.

A candidatura em 1989 foi articulada por setores do PFL. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, a menos de um mês das eleições, políticos da legenda agiram nos bastidores para que Silvio substituísse Armando Correia como candidato do PMB (Partido Municipalista Brasileiro). Antes, eles haviam tentado, sem sucesso, que o apresentador concorresse pelo PFL.

A eleição de 1989 foi a primeira acontecendo por voto direto após mais de duas décadas de regime militar no Brasil. Apesar da alta popularidade, a candidatura de Silvio Santos e Marcondes Gadelha, que na época decidiu disputar o pleito pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB), foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O motivo foi o de que o partido do empresário não havia respeitado os prazos previstos na legislação eleitoral.

Silvio chegou a ter 14% das intenções de voto, empatando com Lula, de acordo com o Datafolha. À época, as pesquisas apontavam que as camadas mais pobres da população concentravam os votos do apresentador e que o apresentador poderia chegar ao segundo turno — que acabou ficando entre Collor e Lula (PT) — o alagoano venceu a disputa.

De acordo com a Justiça Eleitoral, o PMB solicitou seu registro definitivo sem ter realizado convenções em, pelo menos, 20% dos municípios de nove estados, como determinava a legislação. Além disso, o fato de Silvio não ter se desvinculado do comando do SBT seis meses antes do pleito também foi levado em conta.

Marcondes Gadelha ressaltou que ainda que a candidatura não tenha dado certo, a parceria com o empresário, no entanto, foi muito além dos desafios que os dois viveram juntos durante o período de eleições.

“De tudo, porém, resultou uma amizade e um apreço muito especial, que nem o tempo e, creio, nem mesmo a morte, conseguirão dissipar. Conforta-me ainda saber que Silvio era um homem de muita fé, e que agora deve estar em paz e na plenitude da luz que não se apaga”, afirma Marcondes Gadelha.

Silvio Santos tentou ser presidente da república, prefeito de São Paulo e teve um genro à frente do Ministério das Comunicações. Com um histórico de mais de 40 anos de diferentes relações com o universo político, o empresário e apresentador de TV, era sogro de Fabio Faria, ministro de Jair Bolsonaro.

Severino Lopes
PB Agora

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