Após a reintegração de posse de um condomínio do Governo Federal, feita na última quinta-feira (12), algumas famílias que foram despejadas têm passado os últimos dias em uma quadra de esportes, na Praça da Juventude, no Conjunto Vieira Diniz, situado no Bairro das Indústrias, na capital, por não terem para onde ir.
Os móveis e pertences dos ocupantes foram levados para duas escolas municipais, não sendo revelados por uma questão de segurança. O prazo para que os móveis sejam retirados do local termina hoje e, segundo a Secretaria de Habitação, os móveis que não forem retirados serão encaminhados para outra área, sem responsabilidade da Prefeitura.
“Não consigo deixar mais tempo que isso, porque precisamos entregar o ginásio. A escola tem aula e a as atividades precisam ser retomadas”, explicou Sachenka Bandeira. De acordo com a secretária de Habitação da capital, Sachenka Bandeira, alguns critérios foram avaliados para atender as famílias.
Durante o controle da Secretaria de Habitação de João Pessoa (Semhab), foi avaliado que 116 famílias não tinham cadastro na Semhab para fazerem parte do programa de habitação. Das 113 famílias cadastradas, apenas 15 atendem aos critérios, que passam por idade dos moradores, tempo de inscrição, renda familiar, entre outros.
Segundo Sachenka Bandeira, essas 15 famílias aguardam a entrega das moradias, que ainda estão em construção. As famílias que estão abrigadas na Praça da Juventude reclamam da falta de mantimentos como: alimentos, fogão e gás de cozinha, produtos de higiene pessoal, lençóis, barracas, colchões, visto que a maioria dos pertences foram levados pela Prefeitura para as escolas municipais.
Para Nídia da Silva Medeiros, 35, a situação está precária. “Fomos despejados, e estamos aqui nessa quadra de esportes dormindo ao relento, vivendo de doações, pois todos nossos móveis e pertences estão presos nas escolas e tem que ter dinheiro para retirar de lá e levar para nossas casas, aí vai tirar de lá e colocar em qual casa que não temos?”, contou.
“Despejaram a gente de lá, sem pensar em nenhuma criança. Tem crianças sem estudar, sem ir para as creches, sem comer e dormir direito, temos que nos virar em 30 para fazer comida para todo mundo. Fazemos três refeições por dia, as principais, e quando chega alguma criança fora do horário de comer dizendo estar com fome, é de cortar o coração”, revelou Nídia.
Redação
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