O governo federal lutou com antecedência através de anúncios em portais de esquerda e outros meios de comunicação para chamar a atenção da população brasileira à celebração do auto proclamado golpe aos poderes em Brasília do dia 8/1 de 2023. Não funcionou.
Tentaram fazer uma prévia no domingo 7/1 em estados fortes como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mas também não funcionou, houve presença pífia. O povo resolveu não dá ouvido ao som nem à mensagem das chamadas.
Já diz o velho ditado: “Gato escaldado d’água fria tem medo.” Até hoje, muitos não entenderam nem tem uma explicação clara quanto ao ocorrido no dia 8 de janeiro de 2023. Na verdade, o que aconteceu tem larga cara de armadilha, onde os coelhinhos caíram de bandeja na arapuca, armada por espertalhões de plantão. Ainda hoje, muitos deles pagam um alto preço. Baderneiros se infiltraram em meio ao povo ordeiro e se encarregaram de fazer o desastre, incentivando alguns inocentes a se inflamarem e caírem na arapuca. Tudo foi um horror.
CPI foi levantada. O governo que antes era contra, logo ficou a favor e tomou a cabeça da mesma, no final, deu-se o esperado: todos sentados numa mesa, com pizza, e a devoraram.
Pelo que sei e presenciei, nos quatro anos do governo Jaír Bolsonaro, o povo começou a vivenciar o espírito democrático, visualizando com mais clareza o espírito de liberdade pessoal e comunitário, liberdade escancarada de expressão e comunicação, bens democráticos que hoje estão ameaçados de saírem do nosso meio.
A bandeira original brasileira foi levada às mãos e corpos de multidões em nosso país. O hino nacional foi entoado como nunca, por crianças, adolescentes, jovens, adultos e velhos. Na verdade, vivenciamos quatro anos de avivamento democrático. Hoje, presenciamos grande parte do nosso povo acuado, com medo e temor do amanhã.
Esse povo não viu sentido, nem o porque de sair às ruas. Com certeza, no próximo dia 6 de outubro de 2024, nas eleições municipais, esse mesmo povo sairá às ruas para depositar seu voto em candidatos que mereçam a confiança dessa multidão desiludida.
Democracia sem povo é manca. Lula, alguns representantes do STF, por certo, alguns legisladores de seu grupo e um minúsculo número de governadores, 12 para ser exato, num universo de 26, se fizeram presentes a essa manifestação na capital federal. Foi sentida a ausência forte dos principais governadores dos estados mais robustos do Brasil, como São Paulo, Rio, Brasília, Paraná, Santa Catarina, etc.
O Romeu Zema, de Minas Gerais, tomou seu avião e chegou até Brasília, pôs a cabeça por baixo da lona do circo e disse covardemente: aqui não dá para mim. Por certo, pensou no seu futuro político, pode contemplar o rosto dos bolsonaristas lá na frente e deu para trás. Ficou feio para o Zema, melhor que não tivesse ido.
O Rodrigo Pacheco, presidente do senado, estava lá, por certo, não tem muito a perder, pois dificilmente regressará ao Senado Federal nas eleições de 2026 e seu sonho de governar Minas Gerais, ficou um pouco mais distante. Quem sabe regressará ao seu escritório de advocacia, para advogar causas locais no seu estado. Voo alto, não creio que alcançará. Pacheco é um político tíbio e de interesses próprios, não é um estadista. Até na fala traz impostação de voz.
O Artur Lira, presidente da Câmara dos deputados, deu desculpa de enfermidade na família, porém, escreveu um longo texto que ninguém leu.
O Renan Calheiros, que disputa o poder palmo a palmo com Artur Lira, em Alagoas, também deu suas desculpas. Ninguém quer sofrer linchamento nas próximas eleições municipais.
Lula e a turma de seu palanque ficaram a ver navios com os desfalques na sua festa que não aconteceu de acordo ao esperado. Só um cara de pau para vir celebrá-la no próximo ano.
Para um bom entendedor, meio gesto basta. Ficou claro: sem presença do povo, não tem porque celebrar democracia. Na verdade, quem sempre vestiu o vermelho (chino), não sente-se bem num verde-amarelo brasileiro!
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro